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sexta-feira, 14 de março de 2014

O promotor jumento

Um almoço com direito a picanha na brasa e filé ao molho madeira foi servido a autoridades de Apodi (341 km de Natal) e região ao meio-dia desta quinta-feira (13). A diferença do cardápio é que não havia carne de boi, mas de jumento.
A ideia de oferecer o almoço foi do promotor Silvio Brito. Desde novembro, o representante do Ministério Público iniciou um trabalho com as polícias rodoviárias federal e estadual para recolher os jumentos que circulavam soltos pelas rodovias do Estado.
Abandonados por se tornarem obsoletos no sertão,  normalmente substituídos por motos-, os jumentos se tornaram um problema de trânsito no sertão nordestino, causando acidentes e mortes.
Em menos de seis meses, 600 jumentos já foram apreendidos e estão confinados em uma fazenda. O problema é que a manutenção deles, além de ter um custo, deve se tornar inviável em breve por falta de espaço. Até o fim do ano devem ser mais de 2.000 no local, a levar em conta o ritmo de cerca de 40 apreensões por semana.
Diante do cenário, o promotor buscou ajuda de especialistas e garante que a melhor solução encontrada é o abate para consumo do jumento. Para os pratos servidos nesta quinta, dois jumentos foram abatidos.





"Queremos mostrar às pessoas que a carne do jumento pode ser uma importante fonte nutricional, com elevado teor de proteína, baixo teor de gordura, macia e com gosto idêntico a do boi. Só que ela hoje é totalmente desprezada por questões culturais", disse.
Entre as autoridades presentes no almoço estavam juízes, promotores, prefeitos, vereadores, jornalistas, professores e até o padre de Apodi. O público mais seleto é para dar confiança à população.


A depender da aceitação, o promotor visualiza a possibilidade de servir a carne para detentos e, com um trabalho educativo, até inserir na merenda escolar. "Dependendo da receptividade, vamos trabalhar para ver como a gente consegue inserir esse alimento a outros públicos, mas sem obrigar ninguém a nada", disse.
Segundo veterinária e o professor de inspeção Jean Berg da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, a carne do jumento é saudável e segura como qualquer carne para consumo humano.
"A carne do jumento e dos de equídeos já é consumida em vários países do mundo. O Brasil exporta carne desses animais, com matadouros no Paraná e Minas. Do ponto de vista de sanidade, são os mesmos riscos de comer qualquer outra carne: o animal tem que ser saudável, passar por avaliação veterinária antes e durante o abate", afirmou.




Críticas

A degustação, porém, teve reações negativas de ambientalistas. A ONG DNA (Defesa da Natureza e dos Animais) divulgou manifesto, esta semana, contestando a ideia de transformar o jumento em alimento.
A entidade questiona se a legislação sanitária e para abate dos animais está sendo atendida e afirma que os jumentos precisam de dois anos para procriar, sendo uma cria a cada 12 meses. "Se só existir abate, em poucos anos eles estarão extintos", afirmou. (Fonte: uol notícias)


Eu, da minha parte, não tenho qualquer dúvida em afirmar que o verdadeiro jumento dessa história é o digníssimo promotor Silvio Britto, que defendendo uma convicção tão absurda e desumana como essa, comprova o quanto o poder e a influência estão atualmente em mãos erradas no nosso país.
Acreditem, até a montaria do Senhor tá virando comida!



4 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Em Portugal eles já estão em extinção e talvez por isso são espécie protegida. Acredito. Há muitos membros do governo que poderiam ser chamados de jumentos se os ditos cujos não se sentissem ofendidos com a comparação...
Um abraço e bom fim de semana

São disse...

Se cavalo se come , porque não jumento?

Desde que não entre em extinção e se cuidem dos aspectos sanitários não é diferente de comer vaca, cabra, porco.

Aliás , agora até vermes e insectos estão sendo propagandeados como excelente alimentação!

Quem é vegetariano pode estar coerentemente contra, mas quem come carne penso que não terá muita moral para protestar.

Boa semana

Cesar disse...

Não é mera questão de sentimentalismo vegetariano. A ciência nutricional confirma que é possível sim, uma alimentação sem cadáveres de animais.
Pra quem pensa em evolução ou revolução de costumes, comer burro é, segundo penso, atitude de jumento. Amanhã vai ser rato, cachorro, gato, urso panda...
Nem todos que comem carne, discordo, vão ficar insensíveis ao drama desses pobres bichos.
Boa semana e obrigado pela visita!

dioceli disse...

Eu acredito que ate quem come carne tem "ética "em não comer qualquer carne não só por sentimentalismos como também o por achar nojento.Mas que é crueldade criar animais e depois matá-los para comer ,não ha dúvida.