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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

A linguagem do tambor





                               O tambor é linguagem de comunicação da humanidade.

           Antes mesmo do aparecimento do tambor os negros comunicavam-se batendo com paus nos troncos das árvores(igi), num ritmo que somente eles entendiam. Um homem chamado o Guardião ficava em cima de uma árvore observando todos os lados, vigiando a chegada de visitantes de Nações amigas e inimigas e cada pancada sua era um alerta ou aviso para a tribo toda.  Esse era um costume de todas as tribos africanas e com o advento do tambor, esse substituiu a necessidade de se batucar na árvore para transmitir mensagem.
          O modo como   o africano toca o seu tambor, há muito tempo, impressiona o homem dito civilizado, ficando ele sem entender como seria possível o emprego de andamentos rítmicos tão variados,  diferentes . Não conseguiam imaginar, da mesma forma, que aqueles sons pudessem ser usados como segura linguagem de comunicação. Graças ao acompanhamento desse instrumento conseguiam manter aceso seus próprios idiomas (èdé), repassando-lhes de geração em geração , trocando culturas através de pancadas. E isso acontecia tanto na alegria como em épocas de guerra.
          Em certas tribos o tambor era tocado na morte (ikw) do rei (Oba), do sacerdote (awòrò, akepalò), bàbálorisá ou feiticeiro.
          À respeito do idioma aqui traduzido e comentado, o Yorubá, registre-se que a letra W substitui a letra U, mantendo-se exatamente a mesma pronúncia.
          O Deus Ifá criou o Deus chamado Àyàn ou Àyòn, cansagrado aos tocadores de tambor, divindade esta doadora de luz aos percussionistas em geral, desde um ancestral tocador de terreiro até o ritmista de uma grande orquestra.


                                                              História dos tambores

          A história tão peculiar do tambor remonta a milhares de anos. Começou-se a conhecê-la através de escavações arqueológicas. Foi encontrado um tambor datado de 6.000 a.C.  Na antiga Suméria(região da Mesopotâmia) foram encontrados tambores com pelo menos mil anos anteriores à Era Cristã. No Egito, entre artefatos encontrados naquela região, estavam tambores com peles esticadas, datando aproximadamente 4.000 a.C .
           Os primeiros instrumentos encontrados eram confeccionados com troncos ocos de árvores, cobertos com a pele de algum réptil. Com o tempo, começou a se usarem peles mais resistentes e a utilizarem-se varetas para tocar. Mais tarde surgiram os tambores com duas peles e os mais variados tamanhos foram criados.
          No templo de Obàtálá, em Idèta-Ilé, os Alwgbw-os eram os tocadores de Ilú(tambores). Eram os igbin de Obàtálá, que nos tempos imperiais de Òyó eram os músicos do rei(Obá). Nesse templo, ainda hoje,  os tambores são colocados no chão e assim são tocados. Os Alwgbw-os utilizam baquetas em uma das mãos.





Fonte: Livro "Continente Africano, O Berço da Humanidade" do Mestre Cica de Òyó
           Edição G.E.L. Cultura Africana- 2012. 





Um comentário:

Elvira Carvalho disse...

Aqui aprende-se. Um texto muito interessante
Abraço e bom fim-de-semana