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RELEASE
Neste 2º trabalho, Cesar assume definitivamente a sua identidade contista, deixando de lado as longas narrativas que caracterizaram o seu livro anterior, mais voltado para a crônica. A única excessão é a história que abre a coletãnea e dá nome à obra, "O Grande Pajé". Nesta, transita ele entre a poesia e a narrativa para traçar com profundidade as características psicológicas dos personagens. Já os demais contos, são pinceladas rápidas em temas que influenciam ou ocupam papel relevante na mente do autor, como o vegetarianismo, a descriminilização da maconha e o preconceito racial.
Os contos são de indiscutível riqueza de detalhes, sobretudo aquele que intitula o livro. O Grande Pajé, como poderá observar o leitor, é uma criação grandiosa, que nos remete ao martírio de um Cristo banhado e redesenhado nas tintas da brasilidade. Na sequência, mais outros onze deliciosos contos, estes mais curtos e mais regados de comicidade. Todos levando o leitor a estabelecer uma efêmera relação de cumplicidade com os divertidos e singulares personagens que se sucedem nesse mosaico de "causos" e histórias que podem até ter acontecido com seu vizinho e você não teve tempo ou oportunidade de perceber. Uma questão de olhar. O olhar do narrador reproduz, com sutil singularidade, a caricatura de um Brasil matreiro e policromático, apesar de todas as mazelas.
Contar um conto e aumentar mil pontos, é o que o autor faz brilhantemente, pintando palavras com predominância dos tons cerúleos do sul. À medida que as páginas avançam, somos tomados pelas mais diversas e prazerosas sensações, que nos entretêm e nos levam para dentro da obra. Uma obra feita de amor, humor, irreverência e crítica. Um painel onde se misturam, com criatividade, a prosa, a poesia, a música, o cômico e a força dos personagens.
Neste 2º trabalho, Cesar assume definitivamente a sua identidade contista, deixando de lado as longas narrativas que caracterizaram o seu livro anterior, mais voltado para a crônica. A única excessão é a história que abre a coletãnea e dá nome à obra, "O Grande Pajé". Nesta, transita ele entre a poesia e a narrativa para traçar com profundidade as características psicológicas dos personagens. Já os demais contos, são pinceladas rápidas em temas que influenciam ou ocupam papel relevante na mente do autor, como o vegetarianismo, a descriminilização da maconha e o preconceito racial.
Os contos são de indiscutível riqueza de detalhes, sobretudo aquele que intitula o livro. O Grande Pajé, como poderá observar o leitor, é uma criação grandiosa, que nos remete ao martírio de um Cristo banhado e redesenhado nas tintas da brasilidade. Na sequência, mais outros onze deliciosos contos, estes mais curtos e mais regados de comicidade. Todos levando o leitor a estabelecer uma efêmera relação de cumplicidade com os divertidos e singulares personagens que se sucedem nesse mosaico de "causos" e histórias que podem até ter acontecido com seu vizinho e você não teve tempo ou oportunidade de perceber. Uma questão de olhar. O olhar do narrador reproduz, com sutil singularidade, a caricatura de um Brasil matreiro e policromático, apesar de todas as mazelas.
Contar um conto e aumentar mil pontos, é o que o autor faz brilhantemente, pintando palavras com predominância dos tons cerúleos do sul. À medida que as páginas avançam, somos tomados pelas mais diversas e prazerosas sensações, que nos entretêm e nos levam para dentro da obra. Uma obra feita de amor, humor, irreverência e crítica. Um painel onde se misturam, com criatividade, a prosa, a poesia, a música, o cômico e a força dos personagens.
"Produção independente na 57ª Feira do Livro de Porto Alegre
Participar de um evento literário que possui projeção em toda a América Latina é, para todo escritor, uma oportunidade ímpar que acrescenta consideráveis pontos em seu currículo de autor. No Rio Grande do Sul, a Feira do Livro de Porto Alegre, que ocorre de 29 de outubro á 15 de novembro de 2011, destaca-se como a mais tradicional e renomada vitrine à céu aberto de todo Estado, contribuindo para a difusão da leitura entre os gaúchos e visitantes de todo o país. Editoras e livreiros congregam-se aos seus autores para fazerem da palavra escrita a grande estrela das duas semanas e meia de evento.
Nem todos os escritores, no entanto, conseguem um contrato com alguma editora que esteja disposta a valorizar o seu trabalho, com possibilidades de lucros razoáveis para ambas as partes. À estes, que não estão dispostos a permanecerem por tempo indefinido batendo em portas e mais portas de editoras, resta hoje o caminho independente da auto-publicação. Felizmente, com o advento da internet e o progresso dos recursos de computação, o monopólio da impressão saiu das mãos de umas poucas empresas que abasteciam o pequeno mercado de leitores do nosso país. É possível, com critérios e dedicação, chegar-se a um resultado final que permita ao escritor concretizar a montagem da sua obra para apresentá-la ao julgamento crítico do leitor. Dessa forma, consegue ele formar, gradativamente o seu próprio público.
Entre os fatores que contribuem decisivamente para a aceitação da obra no mercado editorial convencional, está a temática da obra. As idéias propostas, aliadas a uma hábil narrativa, garantem a simpatia ou não dos fabricantes de livros. Muitos "doutores da escrita" consideram como requisito imprescindível, a diplomação acadêmica ou frequência em oficinas literárias que ensinam o autor a escrever. São pontos de vista que, á meu ver, devem ser respeitados mas não aplicados como verdade absoluta. Se você, mesmo sem possuir os atributos que chamam a atenção da indústria literária, acredita nas suas idéias e em sua capacidade de cativar leitores, deve cedo ou tarde tomar uma atitude para ganhar um lugar ao sol.
A Feira do Livro de Porto Alegre permite, ao contrário da maioria dos encontros literários do país, um espaço aos escritores independentes, que investem em seu próprio trabalho para mostrarem às pessoas que existe vida inteligente fora das editoras. A coletãnea de contos "O Grande Pajé", lançada nesta 57ª edição do evento, propõe um olhar reflexivo ao consumo da maconha, erva sagrada para vários tribos indígenas, e a impune violência contra os animais em nossa sociedade atual. Certamente, as abordagens polêmicas da obra, não colocam-na entre as preferidas do grande público, contudo, o autor faz dela mais um grito de alerta sobre o desrespeito á culturas e formas de vida diferentes da nossa. " (Cesar)
"Aquele Vitelo...
A noite encaminhava-se para um final feliz, com todas as escalas do romantismo sendo rigorosamente percorridas e executadas com uma precisão quase científica. As flores, a caixa de bom-bons, o passeio de carro à beira do Guaíba, as citações de Fernando Pessoa murmuradas caprichosamente ao pé do ouvido... Agora Jean Carlo estacionava o Vectra escarlate em frente ao “Degusta”, restaurante do bairro São Geraldo freqüentado por 8 entre 10 casais de namorados da classe média porto-alegrense.
Vera, ou Verinha como era chamada na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, devota de São Francisco, era uma galega pequenina mas de contornos bem delineados, acabando por atrair os olhares e desejos de Jean, o galanteador conceituadíssimo entre as ninfas da Faculdade.
Tão certo como as uvas colhidas em vinhedos de Bento Gonçalves, após destiladas, vão para as garrafas, as mulheres que embarcavam naquele Vectra para um jantar no “Degusta” acabavam todas, sem exceção, no apartamento nº 203 do edifício 2704, Rua Fernandes Vieira, bairro Bom Fim, mais precisamente no leito do acadêmico de Odontologia.
Após degustar a Carne de Vitelo ao Molho Branco, sugerida com grande entusiasmo e brilho no olhar pelo rapaz, Vera sentiu curiosidade sobre aquele prato tão delicioso que acabara de experimentar na companhia excitante daquele moreno de olhos verdes que acariciava suavemente, sem pressa, as suas mãozinhas. O vinho deixava-a descontraída.
Estavam em uma mesa privilegiada, junto à janela, de onde avistava-se a lua derramando emanações prateadas a refletirem-se no pequeno lago artificial do luxuoso restaurante. Um quarteto de cordas, composto por músicos da Orquestra de Câmara da Ulbra, num brinde aos devaneios amorosos, executava a irresistível “La Barca”. Quando o garçom aproximou-se novamente para encher-lhes as taças ela finalmente indagou:
-- Ai moço, como é que se prepara esse tal de Vitelo? ... Adorei.
-- Bom faz assim, quando nasce um bezerro tem que desmamá ele da vaca assim que começá a caminhá... Aí começa a dá só água pra ele, até fica anêmico, porque assim a carne fica bem branquinha e macia... Depois é só matá o filhote...
-- PLAFT!
A bofetada da galeguinha acertou a face direita de Jean, que corou ao notar, já sozinho, que nas mesas ao redor todos o miravam com sarcasmo."
SAUDAÇÕES AOS LEITORES
Um comentário:
Eu desejo que o seu livro seja um sucesso irmão querido...
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