Homem do terno, me diz agora,
como é que eu devo me comportar,
nesse momento, nesse lugar,
e em cada hora e parte que eu vou
Tu não sabes como é que eu sou,
mas nessa roupa queres me fechar,
pois só assim podes me aceitar
Tu vês cara e não coração
Jogas tudo em minha cara,
E achas que eu não estou de cara
Hoje é dia de riso ou choro?
Vejas tu no calendário,
Enquanto vejo no dicionário,
uma palavra para ti
A palavra escolhida não deve apenas ser lida,
mas entoada num refrão
A hora enfim já chegou
Afiem o machado, vocês da minha geração
Há uma nova canção,
Já ecoando pelo ar
Preparem logo o caminho,
e nele vamos andar
Nada de novo embaixo deste sol
Nem mesmo o homem do terno,
que cobre a roupa no inverno
e espera outra estação
Quando o frio vai embora,
ele, elegante, retorna
ditando as regras da moda
Homem do terno, decida,
quem fica com essa vaga
Me mande logo pra casa,
se não sirvo pra você
Na próxima entrevista,
vou copiar de uma revista,
tudo que devo dizer
Nada restou a fazer
Até aqui você venceu
Mas o futuro é problema meu,
é problema seu, é problema nosso
Eu sei que agora eu posso,
Entoar meu canto de guerra.
***
Cesar S. Farias
Cesar S. Farias
3 comentários:
Nossaaaaaa, maravilhoso desabafo, foi um belo tapa na cara da sociedade ridícula, que só vê as aparências, e como vai a Dioceli, já sabe o que vem, eu ainda palpito uma menina linda e gotosa, me fala como você se sente amigo, não é maravilhoso, eu amo essa fase da vida...beijos de algodão doce para o casal lindo....
Olá Cesar,
Parabéns pelas palavras, é bem apropriado para esse momento que estamos vivendo. Tenha um bom domingo.
bjs
marcia-pimentel.blogspot.com.br/2012/10/3-premio-clube-de-autores-de-literatura.html
Realmente esse teu poema é muito atual e oportuno,sempre gostei dele acho forte e diz tudo que agente pensa sobre pessoas que se acham "donos do mundo".
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