Este pequeno menino Jesus, com cinco
anos, brincava, depois de uma tempestade, na margem de um ribeiro.
Conduzia pequenos regatos para valas e esta água tomava-se imediatamente
límpida, obedecendo à sua mínima palavra.
De seguida, tendo agarrado num pedaço de
terra argilosa, moldou doze pequenos pardais. Era um sábado; um bando de
garotos brincava com ele.
Um judeu, vendo em que se ocupava Jesus nesse dia, apressou-se a contar tudo a José seu pai. “Ouve, o teu filho está perto do ribeiro; agarrou num bocado de argila e esboçou doze pardais. Ele troça do sábado!”
Um judeu, vendo em que se ocupava Jesus nesse dia, apressou-se a contar tudo a José seu pai. “Ouve, o teu filho está perto do ribeiro; agarrou num bocado de argila e esboçou doze pardais. Ele troça do sábado!”
José foi ter ao lugar onde se encontrava
Jesus. Logo que viu o seu filho, repreendeu-o: “Porque te entregas a
actividades proibidas no sábado?”. Mas Jesus bateu palmas e gritou aos
pardais: “Partam!” Os passarinhos estenderam as asas e levantaram voo,
chilreando.
Siderados, os Judeus foram-se embora contar aos seus chefes o que Jesus tinha acabado de fazer diante dos seus olhos.
Entretanto, o filho de Anás o escriba,
que se encontrava lá, com Jesus, apanhou um ramo de salgueiro e
dispersou as águas drenadas por Jesus.
Vendo isto, Jesus zangou-se e disse-lhe:
“Mau! ímpio! Insensato! Que mal te faziam os meus canais e esta água?
Pois bem, agora transforma-te numa árvore seca, que não tenha nem folha,
nem raiz, nem fruto”.
Imediatamente a criança secou, dos pés à cabeça. E Jesus a voltou para casa de José.
Os pais da
criança dessecada vieram buscar o seu filho, chorando a sua juventude.
Levaram-no a José e acusaram-no de ter um filho capaz de tais milagres.
Uma outra vez, Jesus passeava pela
aldeia, quando uma criança, correndo, o magoou no ombro. Irritado, Jesus
disse-lhe: “Tu não prosseguirás a tua estrada”. No mesmo instante, a
criança caiu morta. Perante isto, alguns exclamaram: “Donde vem esta
criança, cujas palavras se tomam imediatamente realidade?”
Os pais do jovem morto foram queixar-se a
José: “Com um filho como o teu, não podes ficar connosco na aldeia, ou
então ensina-lhe a abençoar em vez de amaldiçoar. Pois ele mata as
nossas crianças”.
José chamou o seu filho à parte e
repreendeu-o: “O que te deu? Estas pessoas sofrem, detestam-nos e querem
mandar-nos embora”. Jesus respondeu: “Eu sei que as palavras que dizes
não vêm de ti; também por respeito para com a tua pessoa, eu me calarei.
Mas eles receberão o seu castigo”. Logo os queixosos foram fulminados
de cegueira.
Os assistentes estavam dominados pelo
medo e pela confusão. “Toda a palavra que sai da sua boca, boa ou má –
diziam eles -, cumpre-se e produz um milagre”. E quando eles viram as
proezas de Jesus, José levantou-se, pegou no seu filho por uma orelha e
puxou-lha vigorosamente.
A criança exaltou-se e disse-lhe: “Não te chega procurar e não encontrar? Aí está! Não pensas no que fazes. Ignoras que eu sou teu? Então deixa-me em paz!”
A criança exaltou-se e disse-lhe: “Não te chega procurar e não encontrar? Aí está! Não pensas no que fazes. Ignoras que eu sou teu? Então deixa-me em paz!”
Evangelho do Pseudo-Tomé
Fonte: escolapt.wordpress