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terça-feira, 20 de setembro de 2022

A cultura de amor

             



             A cultura de amor é uma cultura de dar, e não de receber. Em uma sociedade em que duas pessoas se juntam apenas para dar, tudo será magnífico. Isso será uma expressão maravilhosa, onde as duas partes ficarão felizes e satisfeitas. Isso caracteriza o mundo espiritual, em contraste com o mundo material. A cultura de amor existe no mundo espiritual. Entre tantas personalidades, apenas as personalidades santas, que conhecem a cultura de amor, estão prontas para dar, porque a cultura de amor é algo doloroso. Por quê? Porque as pessoas que nós amamos vão fazer alguma coisa que não nos é agradável, mas temos que estar porntos para aceitar isso devido ao amor que temos por elas.

           Consideremos uma mãe que ama seu filho. Ela não espera nada em troca, e o filho não oferece auxílio algum. O que o filho poderia dar aos pais? São os pais que dão. Os pais oferecem amor, e o filho oferece muita ansiedade, noites sem dormir, visitas ao hospital, algumas vezes choro ao longo de toda a noite... Apesar de tudo isso, o pai não joga a criança fora, porque existe o amor. A criança vomita no corpo de sua mãe, mas nenhum pai e  nenhuma mãe ficam irados com isso, senão que os pais cuidam amorosamente de seus filhos. Isto é um assunto muito doce, muito maravilhoso.

              Essa cultura do amor, a cultura de apenas dar, nós vemos na vida de personalidades santas que vieram a este mundo, mandadas por Deus. Tais sujeitos cumprem seu dever sem esperar nada em troca. Eles são completamente altruístas. Por amor, toleram dificuldades na tentativa de salvar as pessoas. Todas as personalidades santas que vêm a este mundo passam por problemas.

              Jesus, por exemplo, foi crucificado. Por quê? Por pregar o amor a Deus. Ele estava ensinando: "Vocês devem abandonar a vida pecaminosa." Esse foi o seu amor por nós, seu cuidado conosco. Jesus arriscou sua própria vida para vir nos dizer: "Vocês estão sofrendo em razão de suas atividades pecaminosas. Descontinuem tal coisa." E o que aconteceu com ele? Foi negado abertamente, e foi vendido. Em seguida, foi crucificado junto de dois ladrões, com os quais conversou. Um deles disse: "Jesus, você disse que é filho de Deus, mas agora você está fincado aqui, sofrendo. E eu sou um ladrão que roubou muitas pessoas e cometeu muitas atividades pecaminosas. e estou aqui também. Qual a diferença? Você sofreu por nada. Não desfrutou nem material nem espiritualmente. Eu, ao menos, desfrutei minha vida material. Por isso, não me arrependo do que eu fiz. Mas de que benefício pessoal você gozou?" Ouvindo isso, Jesus não ficou irado. Por quê? Por causa do seu amor. Ele falou: "Krsna, perdoe-os. Eles não sabem o que estão fazendo. " Isso é amor. Jesus sacrificou sua vida por pessoas que ele nem mesmo conhecia.

             Maomé também pregou o amor a Deus. E o que houve? Foi ameaçado de morte por seus próprios discípulos. Independente disso, orou: Krsna, perdoe-os. Eles não sabem o que estão fazendo."

             Por que eles não tinham rancor? Porque nos amavam sinceramente, de coração. Assim, viam todos por iguais, sem discriminar. "São todos filhos de um pai. 'Isso é a cultura de amor, que existe no mundo espiritual, entre os devotos puros de Deus. E quando eles vêm a este mundo material, eles o fazem apenas pensando no nosso interesse. Exclusivamente para o nosso bem, eles sofrem, movidos por amor.

             

Do livro "Veda- Antologia de Artigos e Ensaios- Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada e Discípulos- Editora BBT.

sábado, 10 de setembro de 2022

Duas cabras numa ponte.

 


     

Uma ponte estreita ligava duas montanhas. Em cada uma das montanhas vivia uma cabra. Dias havia em que a cabra da montanha ocidental atravessava a ponte para ir pastar na montanha oriental. Dias havia em que a cabra da montanha oriental atravessava a ponte para ir pastar na montanha ocidental. Mas, um dia, as cabras começaram a atravessar a ponte ao mesmo tempo.

Encontraram-se no meio da ponte. Nenhuma queria ceder passagem à outra.

 Sai da frente! — gritou a Cabra Ocidental. — Estou a atravessar a ponte.

— Sai tu da frente! — berrou a Cabra Oriental. — Quem está a atravessar sou eu!

Como nenhuma delas queria recuar e nenhuma delas podia avançar, ali ficaram, enfurecidas, durante algum tempo. Finalmente, entrelaçaram os chifres e começaram a empurrar. Eram tão semelhantes em força que apenas conseguiram empurrar-se uma à outra da ponte abaixo.

Molhadas e furiosas, saíram do rio e subiram a encosta, a caminho de casa, cada uma murmurando para si: “Vejam só o que a teimosia dela provocou.”   


                                                                                                                   Margaret Read MacDonald