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sábado, 31 de março de 2012

Hora do Planeta 2012



A “Hora do Planeta” é um movimento contra o aquecimento global, criado pela ONG WWF. O intuito é mobilizar a sociedade e conscientizá-la sobre o aquecimento global. Aos poucos, bons resultados estão sendo conquistados e a causa tem sido abraçada por vários países.



No primeiro ano apenas Sydney colaborou, já em 2009, foram 3.922 cidades em 88 países, simultaneamente apagaram as luzes de pontos conhecidos. A idéia é que a causa seja aderida por mais países, que durante uma hora desliguem as luzes de pontos conhecidos de suas cidades, não para conseguir resultados durante o evento, e sim para conscientizar as pessoas sobre essa questão. Somente com uma mudança individual nós podemos de fato mudar significativamente a situação do nosso planeta.
A Hora do Planeta 2012 acontece no dia 31 de março às 20h30, a ONG WWF espera conseguir um resultado maior que o da última edição, com a participação de um número maior de países, afim de divulgar essa causa tão nobre. Esperamos que esses atos em prol dessa causa tão nobre não dure apenas uma hora, devemos nos questionar sobre o que pode ser feito em nosso dia-a-dia para minimizar o aquecimento global, o desgaste de importantes recursos naturais e a preservação do meio ambiente.
Durante a Hora do Planeta, pessoas, empresas, comunidades e governo são convidados a apagar suas luzes pelo período de uma hora para mostrar seu apoio ao combate ao aquecimento global.


E aí? Vai ou não vai?
                                                                                         




sábado, 24 de março de 2012

Lado á lado

         Vocês faz parte da minha viagem
         Eu lhe carrego em minha bagagem,
         em qualquer parte que estou.
         Desde a primeira vez,
         num simples  toque se fez,
         a magia que quero contar.
         Foi a planta, foi ela sim.
         Não fez nenhum mal a mim,
         apenas tudo me mostrou,
         e vi que em tudo você estava






         Nova visão, nova fé.
         Não estou mais a pé.
         Hoje sei quem você é.









         Quero lhe contar,
         como é estar lá,
         olhando o lado de cá,
         com ar de observador.
         Sou um fio condutor,
         ligado para o teu bem.
         Você diz: o que é que tem?
         E sinto tua voz lá longe.
         O medo ainda lhe esconde.
         Há uma barreira em tua mente,
         igual a que eu derrubei,
         naquela noite diferente,
         a da Estrela Cadente,
         em que até hoje eu acredito.
          
          Não quero assim lhe pedir,
          que tu sejas como eu sou,
          nem que vás aonde eu vou,
          ás vezes perto do limite.
          Lado a lado.
          Vamos sair lado a lado.
           Há um mapa já traçado.
          É hora de prosseguir.
          Não vamos nos reprimir,
          num mundo de um lado só.

                                                                   Cesar  S. Farias

quinta-feira, 15 de março de 2012

O lixo social

         


        
         Quando fui selecionado para trabalhar no meio do chamado “lixo social”, imaginei, á princípio, estar adentrando num mundo contaminado e com poucas perspectivas de mudanças. Os noticiários mostram-nos que o Sistema Penitenciário está intimamente associado à idéia de perigo constante e isso, mesmo que inconscientemente, acaba gerando perspectivas pessimistas em quem nunca participou daquela realidade intramuro (dentro da prisão).
          Exerço função burocrática dentro de um Estabelecimento Prisional dos regimes aberto e semi-aberto, auxiliando, não raras vezes, na aplicação da Justiça, lidando com direitos e deveres de condenados. Durante o meu curso de formação para Agente Penitenciário Administrativo aprendi que, teoricamente, a função da pena, ao contrário do que eu anteriormente pensava, não se restringe à tão somente punir o indivíduo. O Estado, como executor da sanção imposta pelo Juiz, também deve tentar oferecer ao apenado alternativas de ressocialização, sendo esta a grande questão ou contradição que exige neste instante sério debate.
          São muitos os que duvidam irredutivelmente que a recuperação de um criminoso é possível e vêem na ressocialização apenas uma possibilidade utópica. Quanto a isso, quero interpor a minha modesta autoridade de co-participante diário desse drama social.
          Logo que fui contratado, apreensivo e talvez influenciado por um certo preconceito, procurei descobrir uma maneira toda especial para lidar com todos aqueles condenados, porém, havia ignorado um fator primordial e que hoje pra mim se faz tão evidente: Eles são pessoas. Traem, mentem, sofrem, tentam, caem, levantam-se. Duvidar de suas vitórias é duvidar do ser humano em geral e aceitar que as coisas realmente não têm mais jeito.
          A punição e o castigo fazem-se necessários em algumas situações, mas não deve a sociedade contentar-se em jogar o seu estorvo na prisão e simplesmente exigir que ele lá permaneça. A menos que acreditemos na adoção da pena de morte ou em massacres como o de Carandiru para extirpar a delinqüência, faz-se necessário um novo olhar sobre o trabalho desenvolvido pelo Estado dentro de seus Estabelecimentos Prisionais. Certamente não será o Poder Público quem conseguirá resolver sozinho o complexo problema da criminalidade, mas seria um grande avanço vermos os Servidores Penitenciários identificados com os objetivos da pena, preocupados com a SEGURANÇA, mas não menos com a JUSTIÇA. A seriedade no desempenho da função pública é o ponto de partida para toda e qualquer tentativa de contornar o evidente problema carcerário no país. De nada valerão a construção de novos presídios ou albergues que sirvam tão somente como depósitos de lixo.

domingo, 11 de março de 2012

Viagem ao prato






Todos os anos milhões de ovelhas, porcos e bovinos, são transportados através da Europa. Frequentemente em viagens extremamente longas e em condições desumanas.
Estas viagens, além da tortura que representam para os animais, propagam doenças.


Um exemplo é a febre aftosa, que assim foi transmitida do Reino Unido para a França e a Holanda. Os cordeiros são enviados por transporte terrestre para os mercados. Estes mercados são locais ruidosos, mal cheirosos e cheios de pessoas desconhecidas. Os animais são obrigados a ficar de pé horas seguidas, em cercados tão pequenos que não podem sequer deitar-se. Não dispõem de água, e nos dias de verão podem ficar desidratados. São levados em caminhão para o porto de Dover. Daí atravessam o Canal da Mancha por barco. No continente são levados à Bélgica ou Holanda e, 24 horas mais tarde, muitos dos animais são re-exportados para o sul da Europa.
Nestes percursos são amontoados em caminhões com ventilação insuficiente, e de modo geral não recebem comida nem água, mesmo em viagens de 40 ou mais horas.


A Comissão Europeia já em 1993 reconheceu que as leis que garantem o minímo bem-estar para os animais nestes transportes estavam a ser ignoradas.
Nos processos de carga e descarga são pontapeados, castigados e arrastados pelas patas. É frequente o uso de um aguilhão eléctrico.
Com as más condições o calor converte-se num inimigo mortal, cuja gravidade é proporcional à duração da viagem.
Uma viagem desde o norte do Reino Unido até Grécia, passando pela Bélgica ou Holanda, e o porto de Bari (no sul de Itália) dura no minímo 60 horas. A duração pode, contudo, ultrapassar as 100 horas.
Em certas ocasiões os caminhões têm de esperar nos portos, desde várias horas até 2 dias, por um barco. Neste intervalo os animais não são descarregados nem assistidos.


A Europa inteira é entrecruzada por estas viagens. Cerca de um milhão de leitões para engorda são exportados da Holanda para Espanha e Itália. A Holanda exporta, igualmente para abate, cerca de um milhão de porcos por ano. Bovinos e bezerros são transportados desde a Irlanda a Espanha e Itália.
A Espanha exporta ovelhas que serão abatidas na Grécia. Mais de 100.000 cavalos são levados cada ano desde a Europa de Leste à UE em viagens que podem durar até 90 horas. Na Hungria (apenas a meio do caminho para Itália) encontram-se já numa condição deplorável: exaustos, feridos, desidratados, mortos ou moribundos. Os que tombam sem forças são brutalmente espancados para que se levantem. . Os mais fracos ou feridos são tratados com crueldade para se moverem. Os que têm fracturas são levantados e pendurados pelas patas com cordas. Assim são deixados num caminhão que os levará ao matadouro. No matadouro, por fim, são frequentes práticas de abate ilegais. O animal abatido nem é aturdido (tornado inconsciente) antes que lhe seja cortada a garganta. A maior parte das vezes demoram vários minutos a morrer.


Inúmeros bovinos são exportados da EU (Alemanha, Irlanda e França) para o Médio Oriente e o Norte de África (especialmente o Líbano).
Este comércio recebe importantes subsídios denominados "restituições à exportação". Estas ajudas não têm o objectivo de melhorar as condições dos animais, mas sim incentivar a exporação. Os contribuintes estão a subsidiar o negócio sob o único objectivo de enviar fora das fronteiras o excedente de carne produzida.


Em relação às condições dos matadouros não é necessário sair do nosso continente para encontrar exemplos típicos dos métodos utilizados. Associações pela defesa dos animais já denunciaram práticas desumanas na Grécia, Itália, Espanha, França e Bélgica.
Os animais são arrastrados pelas patas detrás com a cabeça pelo chão. Os processos de abate às vezes são tão ineficientes que eles correm o risco de recuperar a consciência enquanto estão em fase terminal.


Texto extraído de: http://www.centrovegetariano.org/Article-44-Transporte%2Bde%2Banimais.html



quinta-feira, 1 de março de 2012

Historia do passarinho

         



                                                


           Dentro da cultura tradicionalista gaúcha os animais, em linhas gerais, são vistos como fonte de exploração e consumo (churrasco), sendo-lhes reservado um papel meramente coadjuvante e subalterno nas manifestações artísticas próprias desse estilo regional. No cancioneiro dos trovadores populares, não faltam descrições de esporas na virilha, relhaços, laçassos e abate de quadrúpedes para a satisfação do paladar. Nós, gaúchos, mantemos a nossa fama de machos apoiando-nos em atos "heróicos" como esses, praticados contra seres vulneráveis e escravizados.
          Felizmente, aqui também existem alguns lampejos de sensibilidade, como esse, escrito pelo saudoso cantor e compositor Gildo de Freitas (1919-1982), um expoente da música tradicionalista rio-grandense. Vale á pena escutar esses versos, que testemunham a visão e sabedoria de um homem simples do campo.






Eu destinei um passeio
Domingo muito cedinho
Peguei o meu violão
E fui para o mato sozinho
Descobri uma figueira
Com os galhos cheio de ninho
E passei a manhã inteira
Debaixo dessa figueira
Apreciando os passarinhos
Como eu tava achando lindo
O viver dos passarinhos
Se via perfeitamente
Vir com a fruta no biquinho
Se via quando eles davam
No bico do filhotinho
E eu ali estava entertido
Com o viver tão divertido
Da vida desses bichinhos
Depois veio o negro velho
E também trazia um negrinho
E este tinha uma gaiola
E dentro dela um bichinho
Perguntei que bicho é este
Diz ele este é um canarinho
Com este bicho que está aqui
Nas florestas por aí eu caço
Qualquer passarinho
Cantava que redobrava
Aquele pobre bichinho
Parece até que dizia:-
É triste eu viver sozinho...
só porque eu fui procurar,
Comida pra os filhotinhos...
E fui tirar desse alçapão...
Hoje eu estou nesta prisão
e nunca mais fui no meu ninho
Aí eu fui recordando
o que já me aconteceu
Há muitos anos atrás
Que a policia me prendeu
O juiz me condenou
e depois de mim se esqueceu
E eu pelo radio escutava
Quando os colegas cantava
E aquilo me comoveu
Então eu fui perguntando
Quanto quer pelo bichinho
Respondeu ele eu não vendo
Eu cacei pra o meu filhinho
Porém saiu uma voz
Da boca do gurizinho
E a gaiola custou 10
Quem me der 20 mirreis
Pode levar o passarinho
Comprei com gaiola
E tudo para evitar discussão
E fui abrindo a portinha
E abrindo meu coração
E o bichinho foi saindo
E eu peguei meu violão
E num versinho eu fui dizendo
O que tu estava sofrendo
Eu já sofri na prisão
Quem vai caçar de gaiola
Pra ver os bichos na grade
Deveria ser punido
Pelas mesma autoridade
Porque o coração dos bichos
Também consagro amizade

O lei tu faça o que puder
Mas os bichos também quer
Ter a mesma liberdade
.


                        

                                  Som na caixa...