Guerra dos Farrapos ou
Revolução Farroupilha foi como ficou conhecida a revolução ou guerra regional, de caráter republicano, contra o governo
do Brasil
, na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul, e que resultou na declaração de independência da província como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense. Estendeu-se de 20 de setembro de 1835 a 1 de março de 1845.
Fonte: wikipédia
Aqui no Rio Grande do Sul, nem mesmo temos tempo de
sentirmos o efeito da ressaca do trago e churrasco degustados nos pavilhões da
Expointer. Já emendamos, direto, com o Acampamento Farroupilha aqui da capital,
que se materializa, com todas as suas potências, no Parque da Harmonia,
tradicional reduto de lazer porto-alegrense. A grande concentração de cavalos,
homens de bombacha e prendas faceiras no local é, na verdade, um pré-aquecimento para o evento máximo comemorado pelos gaúchos, a Semana
Farroupilha, de 14 a 20 de setembro.
Não
chego ao ponto de afirmar que menosprezo a cultura e tradição do Estado
Federativo em que nasci. Admiro a alegria e descontração presentes nesses
eventos festivos e até gosto
de certos cantores tradicionalistas como Gildo de Freitas, Teixeirinha e Gaúcho
da Fronteira. Da mesma forma, acho o chimarrão uma bebida quente bastante
apreciável, que tem a propriedade de agregar e
congratular pessoas em rodas de prosas. Quanto ao trago, aprecio uma boa cerva gelada, tipo Bavaria
Premium, sempre tendo o cuidado de nunca
dirigir quando bebo.
O que considero um problema é que
quando chegam os finais de agostos, em
contrapartida, formam-se no solo rio-grandense rastros vermelhos de
carnificina, desde os pastos verdejantes da campanha, às cidades urbanizadas,
cheias de CTG’s e
churrascarias. Para alguém como eu, que há mais de uma década vêm abolindo a
carne da minha dieta, torna-se um tanto quanto revoltante ver os animais serem
impunemente oprimidos e sacrificados em grande escala nessa época.
Num primeiro instante, no circo de
horrores da Expointer, os bichos transformam-se em moeda de troca e artigo de
consumo, em nome do agronegócio. Tão logo a tradicional feira, que nesse ano
bateu recorde de visitação, acaba, vêm as comemorações gauchescas da revolução
farrapa, regadas com o sangue de muito, mas muito boi, porco, galinha, cordeiro
etc. e tal. Sinto- me pois, dessa maneira, envergonhado de ser gaúcho durante
esses tenebrosos dias.
Faço dessa postagem um desabafo em
memória às centenas e centenas de criaturas abatidas com violência para o
prazer de paladares exigentes. É o sul do país encharcando de sangue inocente o
próprio solo onde pisam os seus filhos.
Que chegue logo a primavera, à vinte
e dois de setembro, pois aí sim encontrarei motivo para festejar.
CTG's- sociedades civis sem fins lucrativos, que buscam divulgar as tradições e o
folclore da cultura gaúcha.
Cesar S. Farias