A postagem de hoje é um vertiginoso mergulho ao meu baú de memórias. O texto abaixo é o prefácio do meu primeiro livro escrito, (mas ainda não publicado), provisoriamente batizado de "No limite das palavras", um diário tipicamente adolescente. Ele marca a minha "fase poeta" e pode ser considerado o marco inicial deste escritor na presente existência.
Como no momento, ninguém se interessaria em ler um autobiográfico livro de memórias meu, vou guardá-lo até o fim da minha vida e, quem sabe, repassá-lo aos meus herdeiros para uma futura publicação póstuma. Em consideração aos meus fiéis leitores, no entanto, apresentarei alguns trechos dele ao longo das minhas próximas intervenções no blog, apelando a paciência e a apreciação crítica de todos.
Até breve e bem-vindos aos meus primórdios literários.
Desde
a antiguidade, o meio mais eficaz para se transmitir ou registrar emoções e
sentimentos da humanidade são as PALAVRAS. Quando agrupadas em diferentes
combinações elas detém o poder de proporcionarem múltiplas sensações. Podem
incitar tanto para o bem quanto para o mal; Fazerem rir ou chorar; Mudarem opiniões ou reforçá-las. Conduzirem ao passado ou ao futuro. Um mínimo erro de entonação, pronúncia ou
sintonia entre as ideias do homem com a sua respectiva capacidade de
transmiti-las e a mensagem vai por água abaixo. Por esse motivo, algo que as
vezes na dimensão dos pensamentos é fantástico e impressionante, quando
traduzido para o mundo das palavras já não carrega todo o encanto original da ideia.
Faz-se necessário, pois, sermos "malabaristas de palavras" para
sermos plenamente compreendidos.
Muitas vezes, uma ideia fraca em
conteúdo pode se tornar interessante ao leitor ou ouvinte quando cumpre
impecavelmente com os padrões de expressão e linguagem. A recíproca, no
entanto, não é verdadeira. Qualquer argumento, por melhor que pareça, se for
defendido com um tímido ou defeituoso jogo de frases, será barrado
imediatamente nos círculos intelectuais ou populares à ele destinado. Algo que
não esteja bem escrito certamente cairá em descrédito, sem ao menos se levar em
conta a beleza da ideia em si.
As PALAVRAS, mesmo quando bem
articuladas, encontrarão sempre uma barreira: a experiência direta, e isso
ninguém consegue transmitir integralmente ao interlocutor. Nossas vidas são
dirigidas por nossos pensamentos e as PALAVRAS proferidas são como fotografias
batidas nesse multicolorido mundo interior que ocupa a mente humana.(...)