Aparício Torelly, gaúcho de Rio Grande, cursava
medicina em Porto Alegre. Certo dia o professor se dirigiu a ele e perguntou:
“Quantos rins nós temos?” Respondeu: “Quatro”. E ouviu uma gargalhada do
arrogante professor, que não satisfeito ainda ordenou a seu assistente: “Me
traz um punhado de capim, pois temos um asno na sala”. Aparício aproveitou a
deixa e pediu: “E para mim, um cafezinho”. Foi expulso da sala; mas na saída
ainda teve a audácia de corrigir o professor: “O senhor me perguntou quantos
rins nós temos. ‘Nós’ temos quatro: dois meus e dois seus. ‘Nós’ é a 1ª pessoa
do plural. Tenha um bom apetite, seu capim está chegando.”
Aparício Torelly, autointitulado Barão de Itararé, foi figura única da
cultura brasileira. Com sua inteligência sagaz e seu falso título de nobreza,
foi jornalista, escritor e pioneiro no humorismo político do país.
A
seguir, algumas das máximas e mínimas do barão:
< De onde menos se espera, daí é que não sai nada.
< Quando pobre come frango, um dos dois está
doente.
< Mais vale um galo no terreiro do que dois na
testa.
<
Quem empresta, adeus...
<
Pobre, quando mete a mão no bolso, só tira os
cinco dedos.
<
Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos
convidados.
< O banco é uma instituição que empresta dinheiro
se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.
<
Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades.
<
Adolescência é a idade em que o garoto se recusa
a acreditar que um dia ficará chato como o pai.
<
O advogado é um cavalheiro que põe os nossos
bens a salvo dos nossos inimigos e os guarda pra si.
<
Senso de humor é o sentimento que faz você rir
daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse com você.
<
A forca é o mais desagradável dos instrumentos
de corda.
< Tempo é dinheiro. Vamos, então, fazer a
experiência de pagar as nossas dívidas com o tempo.
<
Precisa-se de uma boa datilógrafa. Se for boa
mesmo, não precisa ser datilógrafa.
< O mundo é redondo mas está ficando chato.
Fonte: jornal zero hora