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domingo, 11 de novembro de 2018

Morena Flor



                                                    Morena cor, divino ardor
                                                    Pela manchada, negra flor
                                                    Tem cheiro, alegria de alma,
                                                    Tem negritude, tem luta, e dor.

                                                    Chorando os teus dias passados,
                                                    Desde a África mãe gentil,
                                                    Espera o que o futuro te apraz,
                                                    Canto lindo, ressoante...
                                                    Libertador!


Poesia de Paulo Rogerio Corrêa Vargas na coletânea "Negras Palavras Gaúchas"- 2013- Editora Evangraf



                       

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

O Barão de Itararé




Aparício Torelly, gaúcho de Rio Grande, cursava medicina em Porto Alegre. Certo dia o professor se dirigiu a ele e perguntou: “Quantos rins nós temos?” Respondeu: “Quatro”. E ouviu uma gargalhada do arrogante professor, que não satisfeito ainda ordenou a seu assistente: “Me traz um punhado de capim, pois temos um asno na sala”. Aparício aproveitou a deixa e pediu: “E para mim, um cafezinho”. Foi expulso da sala; mas na saída ainda teve a audácia de corrigir o professor: “O senhor me perguntou quantos rins nós temos. ‘Nós’ temos quatro: dois meus e dois seus. ‘Nós’ é a 1ª pessoa do plural. Tenha um bom apetite, seu capim está chegando.”
           Aparício Torelly, autointitulado Barão de Itararé, foi figura única da cultura brasileira. Com sua inteligência sagaz e seu falso título de nobreza, foi jornalista, escritor e pioneiro no humorismo político do país.
          A seguir, algumas das máximas e mínimas do barão:

De onde menos se espera, daí é que não sai nada.

< Quando pobre come frango, um dos dois está doente.

< Mais vale um galo no terreiro do que dois na testa.

<  Quem empresta, adeus...

<  Pobre, quando mete a mão no bolso, só tira os cinco dedos.

<  Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados.

< O banco é uma instituição que empresta dinheiro se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.

<  Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades.

<  Adolescência é a idade em que o garoto se recusa a acreditar que um dia ficará chato como o pai.

<  O advogado é um cavalheiro que põe os nossos bens a salvo dos nossos inimigos e os guarda pra si.

<  Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse com você.

<  A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.

< Tempo é dinheiro. Vamos, então, fazer a experiência de pagar as nossas dívidas com o tempo.

<  Precisa-se de uma boa datilógrafa. Se for boa mesmo, não precisa ser datilógrafa.

      < O mundo é redondo mas está ficando chato.



            Fonte: jornal zero hora