Apresento novo trecho de "O Batuque de Nação Òyó, obra de presença constante por aqui, escrita por Mestre Cica de Òyó, representante da oralidade ancestral Yorubá aqui no estado.
Os primeiros povos da Nação Òyó, ao chegar no Rio Grande do Sul, o fizeram no porto da cidade de Rio Grande e depois foram chegando a Porto Alegre. Em Porto Alegre, eles foram morar no Areal da Baronesa.
Os primeiros moradores do Areal da Baronesa, que hoje é um território reconhecido como quilombo, eram do povo Òyó. Já naquela época, entre eles se reconheciam como sendo de Nação. Com o passar dos tempos, uns ficaram ainda na Cidade baixa, mas muitos, principalmente minha linhagem, foram para o Mont' Serrat e aos poucos foram se espalhando, por um sistema de uma diáspora política e religiosa, seguindo o crescimento da cidade, impulsionado por populações europeias. Na minha Bacia não foi muito frequente a mistura do cristão com os negros, que foi mais frequente da tradição Batuque em geral, adoradores dos Òrisà.
A chamada Colônia Africana (hoje bairro Bonfim) foi em toda a sua área um grande reduto de negros e negras libertas. Mas a história conta que o primeiro local marcado como moradia pelo Povo da Nação Òyó foi onde hoje é conhecido como Quilombo do Areal da Baronesa e também fizeram há séculos a tradição de Òrisàs.
4 comentários:
Belo e interessante trecho trazendo detalhes que eu desconhecia de zonas de Poa!
abraços praianos, chica
Siempre es bueno aprender. Te mando un beso
Gostei muito que tenha contado o percurso dos primeiros povos da Nação Òyó. O texto todo é surpreendente porque nos dá a conhecer o que para mim é desconhecido. Obrigada, meu Amigo.
Uma boa semana.
Um beijo.
Que riqueza de história e cultura!
É lindo ver como a memória da Nação Òyó se mantém viva, preservando suas tradições, crenças e raízes ancestrais aqui no Rio Grande do Sul.
Senti como se estivesse caminhando pelo Areal da Baronesa, sentindo a presença dos primeiros moradores e a força da oralidade que atravessa gerações.
Obrigada por compartilhar esse trecho tão precioso — é como receber uma oferenda de história, identidade e ancestralidade.
Postar um comentário