(Trecho de entrevista concedida ao jornal Diário Gaúcho, em 27/05/2014)
Dunga – Não é questão de acerto. Independentemente do nome que as pessoas querem ou não, o técnico tem que ver o rendimento. Com o rendimento, tu comparas. Uma coisa que as pessoas falam é “privilegiar a família”. Não, tu tens que ver o cara que joga. Quando vejo dois caras em condições iguais, levo o que menos me incomoda. É interessante. As pessoas queriam A, B ou C. Hoje, são os mesmos, e elas não os querem.
DG – O fato de a lista não ter sido contestada é sinal de que há falta de craques?
Dunga – Jogador de destaque, de nome, não temos. Interessante é que, se comparar, quando convoquei, era a Seleção de estrangeiros. Hoje, tem muito mais estrangeiros do que na minha época e está tudo certo. Nas grandes Capitais não há polêmica, estão todos contentes. Encaminha-se para caminho justo, sem polêmica.
DG – O que faltou ou o que você mudaria naquele jogo contra a Holanda?
Dunga – O futebol é jogo de erros e acertos. Você é penalizado. A gente não se preocupou com o juiz. Isso coloco como falha minha. Para ganhar a Copa, é preciso estudar o juiz. Ver o que permite ou não. Colocaram um japonês. São detalhes. A gente tem a mania de que o juiz interfere quando dá pênalti no jogo. Mas ele vai te massacrando, te picando, não deixando teu time rodar. Gostaria que as pessoas revissem esse jogo, olhassem o comportamento do juiz e ver quanto interferiu. E mandassem os comentários para vocês.
DG – Quem são os grandes inimigos do Brasil nesta Copa?
Dunga – A Argentina é mais compacta do que suas equipes anteriores. Há seleções que surpreenderão. Como a Colômbia, a Bélgica. Além, das clássicas, como a Itália.
DG – Tem algum nome que você incluiria na lista de Felipão? A seleção carece de alguém com mais experiência?
Dunga – Isso depende do ponto de vista do treinador. Como o Felipão confia, conhece mais de perto. Para quem está de longe, serviria um ou outro mais experiente, para caso um dos convocados não dê certo.
DG – A pressão de jogar em casa será um adversário?
Dunga – Acho que não. Se viu isso na Copa das Confederações. Mostrou que isso será um ponto positivo, a favor do Brasil.
DG – O Brasil e Porto Alegre estão preparados para a Copa?
Dunga – Nosso país tem algumas dificuldades. Não estamos preparados para o dia a dia. Ficamos tapando os buracos. Se comentava a mesma coisa da África do Sul, e a Copa saiu. Mas por que a Copa sairá? Porque quem vem são os estrangeiros. Quem compra viagem e ingresso caro, não vem aqui para criticar. Temos que parar com essa demagogia de que agora todo mundo é contra a Copa. Sabemos que a educação não é pela Copa. Todas as eleições ouvimos isso e não melhora. Então, se fala aquilo que o povo quer ouvir. O que nós temos de cobrar é de que forma foi gasto o dinheiro. E, mais uma vez, vou falar o que as pessoas não querem ouvir. É questão política. Temos de cobrar os responsáveis. A eleição é o grande momento de manifestação. Não adianta quebrar tudo, sair na rua gritando.
Paz!
2 comentários:
Pois é amigo. Cá é a mesma coisa. Andam quatro anos em manifes, contra o governo e chega a hora de mostrar a força do povo nas urnas, e as pessoas desinteressam-se delas, vão para a praia ou para onde lhes apetece, mas não vão às urnas, e os poucos que vão votam sempre nos mesmos. E no mês seguinte lá andam outra vez na rua a manifestar-se.
Um abraço e bom domingo
É, agora , temos que ver as eleições com outros olhos e mostrar que queremos representantes não funcionários que sugam os cofres públicos.
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