O papo é curto, direto, não aponta candidato ou
sugere voto em quem quer que seja. Meu alvo é o mau gosto presente nas
propagandas partidárias desse ano, cheias de contradições, inverdades e
dissimulações. Especificamente escrevendo, manifesto o meu total repúdio ao
marketing do gringo Sartori, que cometeu o sacrilégio de dizer que o atual governador, em escalada a reeleição,
tá no caminho certo.
Eu, na condição de funcionário
público estadual, poderia aqui, simplesmente, reclamar do incômodo atraso do
meu salário, que desde o início desse mandato virou rotina a cada início de
mês, bem como das absurdas propostas levadas por ele a Assembléia Legislativa
para extirpar muitos direitos nossos já adquiridos. Vou além, no entanto, para
provar que não estou olhando tão somente para o meu próprio umbigo.
O
que dizer de um governador mobilizado para extinguir fundações públicas que
prestam valorosos serviços a população?
Em recente visita ao Jardim Botânico de POA tive a infeliz constatação
que o Gringo já iniciou, lentamente, a degola. Cortou verbas para manutenção
desse importante centro de pesquisas e pulmão verde da capital, administrado
pela Fundação Zoobotânica. O serpentário, local de visitação, ensino e
pesquisa, foi fechado, bem como várias estufas e orquidários entregues ao
abandono.
Não menos lastimável foi o golpe desfechado contra a diversidade
cultural e disseminação do conhecimento, materializado na também absurda
proposta de acabar com a Fundação Piratini e consequentemente com a TVE e FM
Cultura, patrimônios consolidados dos gaúchos. Todo cidadão que aprecia arte
com qualidade, debates e informações imparciais, sabe que o momento é de
apreensão e lágrimas.
Já a Farmácia do Estado, responsável pela distribuição gratuita de
medicações especiais, agoniza com a falta de vários itens em estoque, deixando
a população necessitada em situação de grave risco e vulnerabilidade.
Pouparei os leitores e não vou listar outras tantas discordâncias
minhas, pois isso, inevitavelmente, acabará sendo confundido com o horário
eleitoral gratuito, cheio de sentimentalismos partidários. Contento-me, por
hora, com o que até aqui foi escrito, julgando isso o suficiente pra alertá-los
que o Gringo tá erradíssimo. Diz que
em seu início de mandato pegou “ um Estado de joelhos” e que com mais um
mandato vai “entregá-lo de pé”, mas começou a mutilar braços e pernas de quem
não tem culpa alguma pela crise e esvaziamento dos cofres públicos. E se não
bastasse isso, tem a vozinha mais irritante que um político poderia ter.
Justamente, por esses e alguns outros motivos, é que eu digo: O Gringo não tá certo, coisa nenhuma. É uma nuvem estéril e pesada que paira
neste instante sobre o Palácio Piratini, mas que, tenhamos fé, começa a ser
soprada de volta à sua querida cidade-berço,
Farroupilha. Sua rejeição
chama-se bom senso e isso, historicamente, manifesta-se na vontade do povo
gaúcho quando conclamado á tomar decisões importantes.
Cesar