Uma das seitas importantes no
período do segundo Templo era a dos essênios. A origem do nome não é
muito segura. Há quem o ligue a raízes gregas, aramaicas ou hebraicas,
mas na realidade seu significado é obscuro. Pelo que se sabe de suas
características, o significado mais apropriado seria o de "puros" ou
"pios".
O essenismo constituiu, nos séculos que vão desde o ano 150 (A.C)
ao 70 (D.C.), uma comunidade religiosa judaica que tinha algumas
características essenciais que afastavam-na do Templo de Jerusalém. As
fontes que temos encontram-sem em Filon e Flávio Josefo. Parece que os
essênios viviam, de preferência, nas planícies e que uma de suas
principais sedes estava instalada no oásis de En-guedi sobre o Mar
Morto. Constituiam sobretudo uma ordem monástica; não se casavam e sua
comunidade perpetuava-se somente com a associação de novos membros. Não
procuravam lucros pessoais, todos trabalhavam pelos congregados, com os
quais viviam em comum. Para ingressar na confraria deviam passar por
diversas fases de noviciado; por sua sinceridade consideravam reprovável
o juramento; seguiam rigorosas regras de pureza tomando banhos
freqüentíssimos e usavam trajes brancos.
De sua teologia e de suas doutrinas se conhece muito pouco. Não se
sabe se tiveram outros livros sagrados além do Pentateuco. Parece que a
idéia que eles tinham sobre a imortalidade limitava-se a considerar que
a alma veio do céu e a ele volta depois da morte do corpo, se o
mereceu. Presume-se que atribuiam muita importância à magia e à arte de
prever o futuro. Consideravam um dever mostrar-se fiéis à autoridade
nacional constituída, mas não à estrangeira. Com efeito, no ano de 66
uniram-se aos zelotes na revolta contra Roma.
Tinham algumas particularidades que os afastavam do Templo de
Jerusalém; a abstenção do matrimônio, a abstenção dos sacrifícios
ensanguentados e o rito da prece olhando o sol. Estes elementos são, na
realidade, estranhos ao judaísmo e parecem haver chegado ao essenismo
por via sincrética, aproveitados de tantas religiões que corriam pelo
Oriente. Não se pode determinar com exatidão se neste sincretismo
intervieram a órfica, o helenismo em geral, o budismo ou o paganismo
sírio-palestinense.
Parece muito provável que o essenismo contribuiu não só para o
advento do cristianismo mas também para a sua difusão. Na realidade, as
distintas seitas judeu-cristãs apresentam muitas afinidades com o
essenismo.
Fonte: tryte.com.br
Um comentário:
Vou sempre daqui culturalmente mais rica.
Abraço e uma boa semana
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