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quinta-feira, 15 de julho de 2021

22 de julho- O dia da Apóstola Magdalena

 

          Maria Madalena foi a primeira testemunha da Ressurreição, líder, amiga e a grande Apóstola dos Apóstolos. Em 22 de julho, celebra-se a Festa de Maria Madalena, apontada por teólogas, como Christine Schenke, como a mulher mais desprezada e mistificada da história cristã. As contradições do patriarcado fazem a história de Maria, que vem de Magdala em busca de libertação, se conectar à história de todas as mulheres.

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          Embora Madalena não tenha escrito cartas como Paulo de Tarso, ela aparece citada em escritos com um amplo protagonismo na Missão dos apóstolos, como destaca a teóloga e parteira Christine Schenke: “Escritos cristãos extracanônicos antigos mostram comunidades de fé inteiras crescendo em torno do ministério de Maria de Magdala, nos quais ela é retratada como alguém que compreende a mensagem de Jesus melhor do que Pedro e os discípulos homens”.

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          Essa deturpação da figura de Madalena é também um reverso da relação de Jesus com as mulheres. “O círculo de mulheres que o acompanhavam e lhe prestavam assistência com suas doações pecuniárias – não só Maria de Magdala, mas também Joana, mulher de Cuza – parecem ter o papel de se encarregarem da intendência, o que teria feito com que a existência do movimento de Jesus fosse possível graças às mulheres”, destaca o biblista Régis Burnet.

          Embora durante séculos as interpretações acerca de Madalena tenham mudado e sido utilizadas para julgar o papel da mulher na Igreja, Schenke afirma que os registros são incontestáveis: “Maria de Magdala é uma importante mulher líder e testemunha das primeiras igrejas cristãs”.

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          "A justa iniciativa do Papa Francisco de elevá-la ao status de apóstola é uma leitura sensível e coerente do papel dessa personagem, registrado pelo Evangelho. É uma atitude histórica de reconhecimento da figura de Magdalena, não como prostituta, mas como parte integral e fundamental da comunidade dos discípulos de Jesus e protótipo de liberação para os coletivos femininos, que estão dentro e fora da Igreja Católica", escreve Jose Cristiano Bento dos Santos, padre, filósofo e teólogo.

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              Esta festa foi proclamada pelo Papa em 2016. Para Francisco, a memoria de Magdalena deve ser celebrada como a primeira testemunha da ressurreição, a apóstola dos apóstolos. Ela é parte essencial da jornada do mestre Jesus, escolhida para ser testemunha d'Ele, por isso ela vai e anuncia aos discípulos: " Eu vi o Senhor" (...) E contou o que Jesus tinha dito" (Jo 20,16-18)


Fonte: ihu.unisinos.br

Um comentário:

Elvira Carvalho disse...

Gostei de ler.
Abraço, saúde e bom fim de semana