Antes de ser criança eu fui velha
e de velha, eu morri.
Morri tantas vezes de velha e de moça
que um dia senti.
Antes de ser velha eu fui criança
e, ao querer, eu cresci.
Cresci tanto de criança pra moça
que um dia eu parti
Meu sorriso, que era puro, era sincero
e nunca foi moldura tão somente,
ficou comigo e de forma permanente
me acompanha em tudo o que espero.
Ai, as dores. Também elas são passagem.
Tatuam o coração de cicatrizes.
Depois de muito tempo, as imagens
confundem-se em nomes e matizes...
Porque eu morri tantas vezes.
Porque eu vivi tanto e tanto.
Porque vivi tantas vezes.
E morri em um só tanto.
Jacqueline Ainsenman
Um comentário:
Profundo poema. Te hace pensar. Te mando un beso.
Postar um comentário