Carolina
Maria de Jesus nasceu em Sacramento,
Minas Gerais. Se estivesse viva, completaria 110 anos nesta quarta-feira
(14). A escritora é conhecida pelo seu livro “Quarto de Despejo: Diário
de uma favelada” e deixou um legado importantíssimo de se reconhecer;
confira.
Quem foi Carolina de
Jesus?
Carolina Maria de
Jesus foi uma escritora, notória por sua obra “Quarto de despejo:
Diário de uma favelada”. Como o próprio subtítulo de seu livro antecipa, Carolina
foi moradora de favela e trabalhava como catadora de papel. A vontade de
ser escritora, no entanto, a movia em direção à escrita e ela passou a
registrar seu cotidiano.
Muito do que se
pesquisa sobre a autora parte do conhecimento extraído dos textos publicados. Porém, é importante lembrar que a lógica
editorial, empregada para selecionar quais recortes entrariam ou não para a
publicação, interfere e deixa lacunas sobre sua vida. Não há, por exemplo,
anotações publicadas do dia 14 de março, seu próprio aniversário.
Resgates históricos
tentam contornar essa ausência e, a partir deles, a complexidade da figura de
Carolina tornou-se evidente, uma mulher consciente do poder de representação da
escrita, além de elegante, orgulhosa e politizada.
Além de seu título
mais famoso, a autora lançou em vida os títulos “Casa de Alvenaria”
(1961), “Pedaços de Fome” (1963) e “Provérbios”
(1963). Há ainda o autobiográfico “Diário de Bitita”, publicado
em 1986, após a morte da autora, em 1977, de complicações da asma.
Importância histórica
Os debates acerca de
vida e obra da autora ocorrem, mesmo após 110 anos de seu nascimento, por sua
relevância no entendimento da desigualdade no Brasil. Carolina era
consciente da existência de um separatismo entre brasileiros ricos, aqueles que
viviam na “sala de estar”, as cidades, e os pobres, que estavam no “quarto
de despejo”, a favela.
Testemunho ou literatura, seu texto consolida o papel não reconhecido da autora enquanto intérprete do Brasil. Seu reconhecimento só não é maior porque, como protestou a autora ao longo da vida, “É próprio dos ditadores não gostar da verdade e dos negros”.
Fonte: acidadeon.com
2 comentários:
Ojala algundía alcancemos la igualdad. Te mando un beso.
Sua postagem foi fantástica! Sua perspectiva é esclarecedora. Encorajo você a continuar escrevendo.
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