Sobrevivência

 

          Nem toda a poesia são flores. Nem todo verso é romântico. Considero importante dar voz á todos, inclusive aos marginalizados, por isso novamente exibo aqui a coletânea Vozes de um Tempo Vol. 3, idealizado por Assistentes Sociais e Psicólogos(as)do Sistema Prisional gaúcho. Somente iniciativas como essa, através da palavra escrita, podem fazer o cidadão comum entender, ou ao menos chegar perto de compreender um pouco o que passa pela cabeça deles. 

    Fui preso aos 18 anos, não sabia coisa alguma do que era cadeia, não sabia e nem tinha ideia de como funcionava um presídio.

            Lá estavam uma porta se abrindo, várias outras pessoas lá dentro, o que seria?

            Seria minha cela, seria minha nova família, pois é, seria minha nova moradia.

           Muitas regras, muitas coisas eu aprendi, por um tempo eu sofri, apanhei, levei tapa na cara, mas as regras dos bandidos eu aprendi.

            Quantos anos se passaram e agora aqui estou, fazendo... fazendo as mesmas coisas que um dia fizeram comigo, ensinando a criminalidade.

            Isto se chama SOBREVIVÊNCIA.

                                                                                                                E.S.M.