Por que esse mar, ora tão manso,
Ficou agora tão feroz?
Ao certo não deve ser
minha presença,
que está a lhe incomodar.
Quem sabe seja alguém lá
do outro lado,
a soprar forte suas águas.
Ou talvez apenas por
capricho,
resolveu ele se rebelar.
Eu respeito a força dele,
São pra ele essas repentinas
rimas
Porque eu aqui escrevo?
Talvez só por agradecimento,
à essa única companhia minha.
Talvez pela minha mania
de exaltar,
o que pouco foi exaltado.
Pela minha atração pelo
que é majestoso.
Por tudo que não cobra
pedágio,
nem esconde a sua beleza
pura.
Quem sabe em suas águas
não habite uma bela sereia,
que venha a mim e cante
uma canção do mar,
Sob o bater de asas das gaivotas que circundam
a praia.
Me vejo frente a um gigante que, como eu, vive
isolado.
Vive sem ultrapassar a terra que abunda à sua
volta.
Está em seu lugar de direito, em contraste
com a lua cheia.
Representa a solidão e todo mistério que
envolve essa vida.Cesar
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