Páginas

domingo, 5 de maio de 2019

Anténor Firmin

AVISO AOS POSSÍVEIS INTERESSADOS:

A Feira do Livro Independente de POA foi cancelada pela Prefeitura Municipal devido a previsão de chuva pro domingo. Nos próximos dias, divulgarei aqui a nova data reagendada.
Que pena... Mas sigo na pegada literária,  apresentando pra vocês um escritor negro pouco lembrado, mas que confrontou idéias racistas da sua época.

Quem foi Anténor Firmin?
Ele viveu de 1850 a 1911.
Era um antropólogo, jornalista e político haitiano.
É considerado o primeiro antropólogo negro.
Firmin é mais conhecido por seu livro "Sobre a igualdade das raças humanas", publicado em 1885, como uma refutação à obra do escritor francês, o racista Arthur de Gobineau, "Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas" (1883) Gobineau afirmava a superioridade da raça ariana e a inferioridade dos negros e de outras pessoas de cor.
O trabalho de Firmin, argumentava o contrário:
"todos os homens são dotados das mesmas qualidades e das mesmas falhas, sem distinção de cor ou forma anatômica. As raças são iguais"
Ele foi marginalizado na época por defender que todas as raças humanas eram iguais!
Isso mesmo que você leu!
A ideia de que existem raças ou cores diferentes sempre foi um discurso de poder. Firmin foi pioneiro ao propor a integração da raça e da antropologia física.
As classificações e suas derivações - mulato, cafuzo, mameluco, pardo, cabra e etc, sempre foram um projeto de mostrar quem pertencia as raças superiores, inferiores e médias. A quem interessava construir o conceito de raça inferior e superior?
Uma pequena citação de Firmin, em "Sobre a igualdade das raças humanas" (1885)
"Antes que a ideologia dominante introduzisse o conceito de "raça" na esfera sociológica, conquistas e subjugações foram realizadas entre povos mais ou menos isocromáticos. De acordo com esse ambiente, os opressores têm que fabricar o pretexto da suposta superioridade de alguns grupos e estratos humanos sobre outros, e de alguns povos sobre outros. Mesmo depois de 1492, num caso em que não se podia adivinhar qualquer diferença de cor, os colonialistas britânicos chamaram aos irlandeses colonizados de "gorilas brancos".
Mas a globalização que, através da interligação da Europa com a África e a América, fortaleceu as suas ligações com a Ásia, forneceu pretextos de mais fácil visualização: as classificações "negra", "cobris" e "amarela", e as suas derivações, bem como as suas possíveis combinações, serviram para denegrir "seres inferiores" proclamados como "fardo" para o "branco", enquanto isso se estabelecia como um paradigma imposto." (pag. XVII)





Fonte: Centro de Estudos Africanos da UFMG

Um comentário:

Elvira Carvalho disse...

Raças só existem entre os animais irracionais. Os humanos são todos da mesma raça seja qual for a cor da sua pele.
Um abraço e bom Domingo