Finalmente
chegamos a área onde estavam os túneis alagados. Lá, próximo ao
local onde Erik fizera a sua morada, em um dos paredões, havia sido
feita uma cavidade profunda, onde o caixão , provavelmente, seria
colocado. Após alguns minutos de tenso silêncio, o chefe de
polícia, M. Focault, pediu que os homens colocassem o esquife para
dentro do buraco. Pode-se ouvir um suspiro escapar do peito pesado de
Raoul. Christine estava com o olhar tristonho, olhando para baixo,
provavelmente lembrando-se do seu mestre. Achei que tinha visto uma
lágrima tímida rolando por sua face. Logo ela passou um pequeno
lenço, de delicada renda, sobre a face, discretamente, simulando um
súbito calor, retirando qualquer vestígio de choro que pudesse ser
visto por seu marido ou pelas pessoas que ali estavam. Logo em
seguida, um dos trabalhadores, passou a colocar uma espécie de massa
arenosa, cobrindo toda frente da tumba, lacrando para sempre o corpo
de Erik nas entranhas do suntuoso prédio. Não se ouviu nenhuma
palavra de pesar ou oração, nem olhares de condolência. A tristeza
por aquela perda, certamente, estava apenas nos pensamentos daqueles
que tinham conseguido vislumbrar a genialidade que existia naquele
homem transfigurado, apaixonado pela música e por sua musa.
Christine, o desconhecido, que mais tarde apresentou-se como sendo o
Senhor Marback, e eu.
Baseada
no conhecido romance de Gaston Leroux, esta história inicia no
momento da fuga de Erik, o fantasma, através dos subterrâneos da
Ópera de Paris, durante o incêndio provocado por ele. Decidido a um
novo recomeço, ele terá que enfrentar seus próprios fantasmas e
perseguidores que se mantêm como obstáculos aos seus planos e à
possibilidade de um novo amor. Uma aventura que leva o leitor das
ruas de Paris ao interior da França, passando pela cidade inglesa de
Dover e chegando à fervilhante Londres de 1872, flanando entre os
salões da alta sociedade e os bairros pobres à beira do Tâmisa.
Erik-
Rosane Fantin
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