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sábado, 24 de agosto de 2024

Revista A Voz Negra

  


          Graças à um concurso de minicontos,  acabei exercitando recentemente uma forma sucinta de escrever que provavelmente se refletirá em minhas próximas histórias. Meus contos, reflexão seja feita, andavam longos demais, beirando à romances. Não quero relegar o passado, por favor não me entendam mal. Apenas percebo agora ter chegado à  um momento de ruptura com algumas temáticas e estruturas trabalhadas à exaustão em meus livros anteriores. O tempo, só ele, desvendará os novos rumos, porém, uma direção parece ter sido apontada através do já mencionado certame.

   Na verdade, por estranho que pareça, guiado pela intuição, nem cheguei a participar do concurso, mais um daqueles caça-níqueis que aparecem "do nada",  aos montes no facebook, direcionado aos "Novos talentos literários". Achei o regulamento bastante duvidoso, com premiações dignas de um conto de fadas e pulei fora da barca, antes mesmo de navegar. 

  É lamentável que canalhas, como em tantas outras áreas de atuação, estejam brincando com o sonho de autores desconhecidos ou estreantes,  em busca de um lugar ao sol.

  Após meu emotivo desabafo, antes de publicar aqui, em primeira mão, o miniconto especialmente escrito pro concurso, deixo um recado aos que não duvidarem que conselho, pode sim ser dado de graça e ser bom: Antes de pagarem qualquer taxa de inscrição à concurso literário, leiam bem o regulamento e questionem aos organizadores suas possíveis dúvidas antes de fazer depósito ou PIX á toa. É válido, eu sei, investir na carreira, mas existem outras outras formas de fazer isso tendo um retorno seguro e transparente.


      Abraço e que a paz esteja com todos.


               ##############



            -- Vai dá uma matéria e tanto pra página da revista... – pensou Mariane,  a recém formada em jornalismo, orgulho dos pais.

         Entrou na faculdade pelo sistema de cotas, queiram ou não alguns, aceitem ou questionem outros.

      Bloco, caneta e gravador em mãos, foi pro terreiro de candomblé, á pedido do redator-chefe da revista cultural em que trabalhava. Encarnou de corpo e alma a missão, disposta a desmistificar pros seus leitores parte do culto aos Òrisàs, combatendo assim o preconceito.

          Nem ao menos uma página completa escreveu, entretanto. Pouco mais de 5 minutos de rezas, seguidas de algumas poucas batidas de atabaque, foi o que ela conseguiu gravar. A polícia, furiosa, bateu na porta e mandou parar tudo, á  mando de um vizinho.

            

3 comentários:

❦ Cléia Fialho ❦ disse...

Seu texto reflete um processo de transformação e amadurecimento na sua escrita, o que é admirável.

É interessante como um concurso, mesmo sem a sua participação direta, influenciou a sua abordagem, levando você a explorar novas formas e estruturas.

É verdade que muitos concursos literários podem ser duvidosos, e sua experiência ressalta a importância de estar atento e informado antes de investir em qualquer oportunidade.

Seu relato revela uma jornada de autodescoberta e evolução na sua escrita, algo realmente valioso.

A reflexão sobre a mudança na forma de escrever, do romance para o miniconto, demonstra um desejo genuíno de crescimento e adaptação.

É lamentável, no entanto, que muitos concursos literários se aproveitem da boa fé de autores em início de carreira.

Seu conselho sobre a importância de ler atentamente os regulamentos e questionar os organizadores é extremamente pertinente e pode ajudar muitos escritores a evitar armadilhas.

Continue a explorar e a evoluir, e que seus novos rumos sejam tão inspiradores quanto suas reflexões.

Beijos em seu 💗
🐾

Citu disse...

Da pena que no pudo acabar su escrito. y eso concursos algunos da miedo. Te mando un beso.

Teresa Silva disse...

Excelente reflexão que nos trazes!

Bjxxx
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