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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Como é que voce faz pra conseguir?



         


        Como é que você faz pra conseguir,
         Onde é que você vai pra pegar um pouco?
         Qual é o ônibus que se pega, afinal?
         Pra que lado fica o morro?
         Perguntas que te martelam, sempre que a paz acaba.
         Aonde  eu acho o que é bom?
         Quem pode me indicar um amigo?

          A vontade é forte, chega a ser grande.
         Não me separo da brisa.
         Vou a luta e corro perigos, mas meu sonho se realiza.
         Tudo é festa pra mim, até o estoque acabar.
         E lá vou eu outra vez,
         Passa dois, três, quatro mês...
         mas o desfecho é certo.
         Quem tem, quem passa por perto?
         Quem sabe lá no Bar do Beto...

          Tenho me arriscado bastante,
          em nome dessa minha paixão.
          Tenho ido até o chão,
          pra conseguir aquilo que eu quero,
          financiando violência,
         compartilhando hipocrisia,
         engrossando estatísticas,
         enganando-me a mim mesmo

          Bala perdida, troca de tiros, acerto de contas na favela
          Viatura, revista, mão na parede, entrega logo a parada.
          Não  haverá acaso, alguma outra solução?
          Onde acho um novo patrão?
          Qual é o jeito que você arruma,
           pro teu desejo saciar?
          É preciso comprar, é fato, você não nega.
          A brisa que te carrega,
          não pode deixar de soprar.

          Mate a minha curiosidade,
          se isso não for indiscreto.
         Gostaria de saber, se é que você não se importa.
         Você bate em qual porta,
          quando fica sem direção?
          Consumido pela vontade, de tê-la só pra relaxar.
          Acabou, tem que pegar.
         Onde é o cara que tem?
         Onde é que você vai buscar,
         a erva que te deixa louco? 



                                                                   Cesar S. Farias

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