domingo, 13 de abril de 2025

O Príncipe Anacoreta



          Depois que Rama, auxiliado por sua ilustre videana, doou as riquezas aos bramas, tomou armas e instrumentos, a saber, a enxada e o cesto, saiu do palácio em companhia de Lacsmana e foi ver seu augusto pai. Acompanharam-no a esposa e o irmão.

          Para comtemplar-lhe o andar e recrear-se, para vê-lo, as mulheres, os aldeães e os homens da cidade aglomeravam-se, subiam ao teto das casas e aos terraços dos palácios. Na estrada real, tomada pelo povo, não havia espaço vazio. Tal era o seu afeto por Rama que acorria para despedir-se dele em esplendor infinito.

          Antes da vinda de Rama, com a esposa e Lacsmana, o poderoso monarca, cheio de emoção e dor, passava o tempo a gemer.

          Então Sumantra, vivamente angustiado, juntando as mãos, apresentou-se diante do senhor da terra e disse-lhe:

          -- Rama, que acaba de distribuir as riquezas entre os bramas, depois de ter atendido a subsistência de seus criados, acompanhado de Lacsmana, seu irmão, e de Sita, sua esposa, veio ver teus augustos pés. Recebe-o, se te apraz.

          O rei, de alma pura como o ar, suspirou profundamente e em sua viva dor respondeu:

          -- Sumantra, traze para cá todas as minhas esposas. Quero receber, rodeado delas, ao digno sangue de Ragu!

          Aquelas damas, cujo número ascendia à metade de setecentas, encantadoras todas e ricamente ataviadas, vieram visitar o esposo, que se encontrava em companhia de Caqueí.

          O monarca, vendo que se achavam todas, sem exceção de nenhuma, disse ao nobre porteiro:

          -- Sumantra, traze logo meu filho à minha presença!

          Quando viu Rama adiantar-se com as mãos cruzadas, o rei desceu do trono onde estava sentado, em meio às mulheres, e exclamou aflito:

          -- Vem Rama, filho meu! -- e quis abraçá-lo.

          Todavia, em virtude da fortíssima emoção, caiu em terra antes de poder fazê-lo. As mulheres, com seus gritos, alvoraçaram o palácio do rei. Ao cabo de um instante, porém, voltou a si e Rama, cruzando as mãos, invadido por um mar de tristeza, assim falou:

          -- Grande rei, venho dizer-lhe adeus, príncipe augusto, pois és nosso senhor! Lança-me um olhar de benevolência, que parto neste momento para moras nas selvas. Digna-te também, senhor da terra, dar as despedidas a Lacsmana e á bela videana, minha esposa, que apesar de meus rogos não desistiram de seguir-me. Despede-te, pois, dos três.

  

Trecho do capítulo 6 de "Ramayana" do poeta Valmiki.



        


domingo, 6 de abril de 2025

Valmiki - Introdução ao Ramayana

 



        Antes   de transcrever um trecho do épico indiano "Ramayana", que descreve as façanhas do Senhor Rama, encarnação divina que representou na terra o papel de um rei perfeito, faço antes um post  sobre o autor da obra, o poeta Valmiki. O seu estilo de narrar cativou-me desde o início, com a sua riqueza de detalhes ao descrever emoções dos personagens, embates e paisagens paradisíacas. Acredito que grande parte dos leitores, mesmo sem motivações religiosas acaba fascinando-se pela aventura do herói e avatar Rama. 

          A história a seguir ilustra como o autor, outrora um abominável criminoso, tornou-se um grande devoto ao entrar em contato com um mestre espiritual auto realizado, dotado de qualidades divinas. Embora nascido em família de sacerdotes, Valmiki convivia com homens de má índole. Em consequência disso, virou um criminoso violento, tendo, inclusive, assassinado muitos sábios. Certa vez, ele se aproximou do elevado sábio Narada Muni com a intenção de matá-lo. Bastou Narada erguer a mão e dizer: "Pare!" para Valmiki, perplexo, ver- se forçado a congelar seus movimentos. Diante daquilo, Valmiki sentiu seu coração invadido por uma atitude natural de submissão a Narada. O sábio, então, aproveitou para revelar-lhe as reações que recairiam sobre ele como resultado de seus pecados abomináveis. Refugiando-se em Narada, Valmiki perguntou-lhe o que deveria fazer para eximir-se daquelas reações.

            Narada disse: "Sente-se aqui e cante: Rama Rama Rama Rama Rama. Faça isso, e  mais nada. Valmiki tentou acatar a ordem de Narada, porém, em virtude do frutificar das reações às suas tantas ações pecaminosas, ele não conseguiu cantar aquele nome divino. Narada sagazmente lhe disse: "Se você não é capaz de cantar 'Rama", cante 'mara', então".

              O termo mara, que significa morte em sânscrito, é formado pelas mesmas sílabas que Rama, só que invertidas. A repetição de mara mara acaba soando como Rama Rama. Após orientar Valmiki daquele modo Narada foi-se embora.  

            Para Valmiki, foi fácil cantar mara mara, coisa que ele continuou fazendo por milhares de anos enquanto aguardava a volta de seu guru. Ele passou todo aquele tempo sem comer, defecar ou urinar. Pouco a pouco as formigas (da espécie valmika) consumiram sua carne, sangue e demais substâncias físicas, até que seu corpo foi envolvido por um formigueiro. Por fim, ele desapareceu, aponto de agora parecer feito de terra. Eventualmente, Brahma, líder dos semideuses e guru original da sucessão discipular proveniente do Deus Krishna, chegou ali . Ao ver o estado em que se encontrava o corpo de Valmiki, o Senhor Brahma borrifou- lhe água sagrada enquanto proferia mantras. Logo, o corpo de Valmiki retomou o vigor de um corpo em plena juventude. Brahma disse-lhe "Você acaba de aperfeiçoar o cantar de seu mantra, logo, já tem percepção direta do Senhor Supremo."

            Posteriormente, no transcurso de sua meditação, o agora grande sábio Valmiki compôs o famoso Ramayana, a biografia autorizada do Senhor Rama, cujo nome ele vivia cantando. Escrito há centenas de milhares de anos, o Ramayana é considerado um dos Vedas (escrituras sagradas) originais e o épico espiritual mais famoso na Ìndia. Valmiki o redigiu antes mesmo de o Senhor Rama surgir nesse mundo.


Fonte: "Alma, identidade espiritual e outros segredos", de Shri Shrimad      

            Bhaktivedanta Narayana Goswami Maharaja- Editora Braja

domingo, 30 de março de 2025

A luta

                                  


                       Sozinho mas lutando

                       Lutando com vontade de vencer

                       Pra sentir o gosto

                       Pra sentir o desgosto

                       Ouvindo uma voz que me diz,

                       lá do topo do poço:

                       "Ames e serás amado"


                        As coisas tomam forma

                        e eu nem entendo,

                        aparentando satisfação,

                        só pra não saber a tua opinião

                        Volto pra casa sem novidades

                        Durmo pensando em acordar

                        Achando bom ser diferente


                        Aquilo que não tinha importância,

                        agora ocupa o seu lugar,

                        contradizendo tudo o que eu antes sonhara:

                        Ter um corpo transparente

                        e não guardar mais segredos.


          Poesia resgatada do meu próprio baú. Tá inserida em " No limite das palavras", livro em estilo manifesto pós adolescente que marcou meu debut no mundo das letras. Talvez algum dia, quando o tempo e a oportunidade permitirem, eu retrabalhe integralmente o seu texto e traga-o à luz do dia, quem sabe. 

sexta-feira, 14 de março de 2025

Selassie na Liga das Nações

 


    Não quero que vocês me interpretem como um cético irrecuperável, mas a tão almejada paz mundial, pelo menos por ora, configura-se como utopia distante. Os atuais líderes e protagonistas mundiais, como enxadristas,  mexem as peças de seus   tabuleiros em direção ao confronto direto, priorizando interesses próprios e não o mútuo entendimento.  O discurso que abaixo reproduzo, proferido por um governante de uma nação africana, à época, assediada pela ambição imperialista dominante, na década de trinta, continua bastante atual. Refletir sobre ele é entender o que separa-nos ainda da integração social e harmonia entre os povos.


 

Discurso do Imperador Etíope Haile Selassie na Liga Das Nações em 1936:

Texto esse  que serviu de inspiração para a música “War” que se tornou um dos maiores clássicos de Bob Marley.
"Enquanto a filosofia que declara uma raça superior e outra inferior não for finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada; enquanto não deixarem de existir cidadãos de primeira e segunda categoria de qualquer nação; enquanto a cor da pele de uma pessoa não for mais importante que a cor dos seus olhos; enquanto não forem garantidos a todos por igual os direitos humanos básicos, sem olhar a raças, até esse dia, os sonhos de paz duradoura, cidadania mundial e governo de uma moral internacional irão continuar a ser uma ilusão fugaz, a ser perseguida mas nunca alcançada. E igualmente, enquanto os regimes infelizes e ignóbeis que suprimem os nossos irmãos, em condições subumanas, em Angola, Moçambique e na África do Sul não forem superados e destruídos, enquanto o fanatismo, os preconceitos, a malícia e os interesses desumanos não forem substituídos pela compreensão, tolerância e boa-vontade, enquanto todos os Africanos não se levantarem e falarem como seres livres, iguais aos olhos de todos os homens como são no Céu, até esse dia, o continente Africano não conhecerá a Paz. Nós, Africanos, iremos lutar, se necessário, e sabemos que iremos vencer, pois somos confiantes na vitória do bem sobre o mal."


Fonte: rastafaribrasil.blogspot




segunda-feira, 3 de março de 2025

O espirito de minha mãe

 





     E a pegada por aqui continua no compasso do samba. O trecho que hoje trago, novamente, é do livro "Memórias", do sambista "velha guarda" Geraldo Neves, o 'Geraldo do Cavaco", que tive o prazer de conhecer pessoalmente. Sua obra aborda não somente a sua memória pessoal mas a memória do samba aqui de Porto Alegre, narrando, entre tantos fatos históricos, os primórdios de ocupação do bairro Restinga e a fundação da sua aclamada agremiação carnavalesca, a Estado Maior da Restinga.

   Já escrevi, anteriormente uma resenha desse livro, mas cabe brevemente destacar que o autor, gente do povo, sem escolaridade avançada, narra com maestria as alegrias e tristezas típicas da classe trabalhadora, que consegue como nenhuma outra, transformar em arte as inevitáveis oscilações da vida. Cada vez que o releio, mais me identifico e admiro esse escritor, infelizmente, desconhecido da crítica e circuito literário. 


          Eu me deitava pra dormir e sentia falta de minha companheira, era a saudade que estava me vencendo, mas eu tinha que ser mais forte. Minha vista esquerda, desde domingo vinha tremendo todos os dias, eu senti que era má notícia e assim eu dormia. Me sentia em alerta, para as más notícias, dia e noite. Em uma noite sonho com minha mãe que já tinha falecido há um ano e minha mãe não me deixa dormir naquela noite. Ela me acorda toda a hora, tem um comprimido branco na mão e põe aquele comprimido na minha mão. Eu me acordo, durmo de novo e minha mãe com aquele comprimido na mão e assim foi por um bom pedaço da noite. Eu dizia com meus botões: mas eu estou bem mãe e tentava dormir, mas minha mãe não deixava. Por fim eu rezei um Pai Nosso e ela foi embora. Aí vem a hora de levantar, pois tenho que estar no serviço às 7h. Ao chegar bato o meu cartão e quando já estou me retirando alguém fala o meu nome. Me volto pra ver quem me chama. Um funcionário da firma quer me entregar um envelope, eu me identifico e pego o envelope. As notícias são as que minha mãe queria me dar e eu não pude decifrar. Como compreender um espírito? Ela estava aflita e eu cansado, eu pensei que era pra mim o comprimido e a carta dizia tudo que minha mãe quis que eu entendesse. Meu irmão mandava me dizer que minha mulher estava no hospital com poucas chances de sobrevivência, se eu quisesse vê-la com vida que eu voltasse o mais breve possível.

          Minha mulher tinha ido pro hospital e meus filhos estavam sós e todos eram pequenos. Eu perdi as forças e me sentei no chão, ainda com sono da noite mal dormida. A carta dizia se eu não voltar imediatamente eu não mais a veria com vida.

          Naquele dia eu não trabalhei, pois voltei para arrumar as minhas coisas para viagem. Ainda não tinha dinheiro para levar pra casa, coma já tinha pagado o armazém fui ver se trazia alguma coisa. Aí o dono da bodega não estava, só se encontrava o filho, e com ordem de não soltar nada. Eu pedi, mas o guri disse que só com o pai dele, e o velho tinha saído. Ele não poderia me dar nada sem ordem do pai e eu não poderia esperar o pai do guri.

          Eu tinha que pegar o ônibus que saía à 1h e trinta, eu não tinha tempo. Eu mexia no bolso e encontrava 40 cruzeiros, mas era pouco para quem tem uma esposa doente e precisa dar uma resposta a tudo aquilo. Você se sente um derrotado, mas precisa ter fé, ter coragem para resistir esses momentos de aflição, logo eu que nunca pedi nada a ninguém e já estava de saída quando um dos trabalhadores falou por mim.

          Ali estava sempre cheio e ele falou pro garoto:  Hei, ele tem conta aqui, não tem? O garoto responde : Sim. E está tudo pago, não está? Então dá o que ele quer, ele vai pagar e se não pagar os empreiteiros são os responsáveis, vão pagar. De qualquer maneira vocês não perdem nada O guri amoleceu e me perguntou o que eu queria levar e eu comprei meio rancho. Já não chegaria só com uns trocados. Este amigo ainda me emprestou sua mala de viagem para eu poder trazer os mantimentos. Pelo menos eu levo alguma coisa na bagagem.


Escritor e músico Geraldo das Neves
em momento romance.

                                     

           

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domingo, 23 de fevereiro de 2025

Repicando os tamborins da Restinga

  


            O ritmo do carnaval, queiram ou não os que desconhecem ou repudiam, chegou pra embalar o blog, na marcação do surdo, tamborins, agogôs, caixas e por aí vai. Minha família sempre teve uma história de afinidade com essa festa popular e eu, apesar de não mais tão atuante, ainda curto assistir os desfiles na televisão. Pra quem não sabe, carnaval é cultura e resgate das raízes do nosso povo. Os enredos contam histórias e resgatam personagens que fazem parte da nossa identidade, inspirando orgulho e espalhando conhecimento.

          Moro em um bairro que respira cultura negra, há poucos metros de uma Escola de Samba, a Estado Maior da Restinga, que em seu enredo desse ano homenageia o venerado santo católico São Jorge, o Ogum das religiões de matriz africana. O "Guerreiro da Capadócia" é o padroeiro da agremiação carnavalesca e suas cores são as mesmas da bandeira da escola.  Achei particularmente pulsante e belo o samba-enredo e aqui hoje apresento ele,  como uma expressão de orgulho em morar na periferia e pertencer à uma classe social que em virtude da humildade,  sabe dar valor as pequenas coisas da vida.

          


            Quem não gosta, fecha os ouvidos, quem prefere só paz nessa época, bom descanso e quem curte se requebra e joga confete pro ar. Tinga o teu povo te ama!




domingo, 9 de fevereiro de 2025

OS DEZ MANDAMENTOS PARA SE AMAR UM IDOSO:



1 — DEIXE-O FALAR... do seu passado, porque nele existe um tesouro de verdade: de experiência e de beleza.
2 — DEIXE-O VENCER... as discussões, porque ele tem necessidade de sentir-se seguro dele mesmo.
3 — DEIXE-O VISITAR OU RECEBER... seus velhos amigos, porque entre eles se sente reviver. Junto a eles, será respeitado pela sua história e amizade.
4 — DEIXE-O CONTAR... suas histórias, mesmo repetidas, porque se sente feliz quando o escutamos.
5 — DEIXE-O VIVER... entre as coisas que ele mais amou, porque sofre sentindo que arrancamos pedaços de sua vida.
6 — DEIXE-O RECLAMAR... quando estiver nervoso, porque os idosos e as crianças têm o direito a tolerância e à compreensão.
7 — DEIXE-O PASSEAR... com você, nos fins-de-semana ou nas férias, para que não sinta remorsos se, no próximo ano, ele não estiver contigo.
8 — DEIXE-O ENVELHECER... com o mesmo e paciente amor com que deixa crescer seus filhos porque tudo isso é parte da natureza.
9 — DEIXE-O REZAR... como ele souber e como quiser para descobrir a presença de Deus em seu caminho que falta percorrer. Quando puder reze com ele.
10 — DEIXE-O MORRER... nos braços da família e junto com amigos. Mas antes disso, DEIXE-O VIVER... como ele quiser...
Nota: Estes mandamentos foram redigidos por um frade carmelita, italiano e introduzido no português por um confrade da mesma ordem, em Teresópolis - RJ.
O texto acima foi transcrito e adaptado por Pascoal Nunes.
São dele as modificações e adições ao texto original, mas mantendo o mesmo sentido.

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Dois de fevereiro

 


            Dia de jogar flores ao mar.

            Momento de louvação à Rainha.

            Ofertas pacíficas depositadas ao Seus Pés.

            Mistério e magia no ar.

            Cânticos de louvação.


            Sempre respeitei a beleza e o poder bravio do mar e não à toa, fui marinheiro em minha pós adolescência. Yemojá representa, entre tantos sentimentos e evocações boas, a autoridade e poder místico do feminino sagrado , muito pouco lembrado em algumas denominações religiosas. Ela é beleza. Ela é sensibilidade. É misericórdia, mas também destruição, se a vibração do planeta assim desejar. Meus humildes respeitos à Ela, que nesse dia é homenageada em meu país pelos seus devotos e devotas.

      Odoyá Yemojá.




             





sábado, 25 de janeiro de 2025

Alerta verde



     Os que me conhecem de longa data sabem, as minhas opiniões não são orientadas pela política partidária. Meio-ambiente, afirmo sem hesitação, não é propriedade ou bandeira da esquerda, mas sim uma questão de sobrevivência da humanidade. O que mais me preocupa nesse cara é justamente a sua visão ultrapassada e exploratória em relação às questões ambientais. Sei que ele vai fazer alguns estragos, no entanto, numa reflexão mais otimista, evocando o eterno poeta Mario Quintana, "Eles passarão, eu passarinho".

 

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Wyna daqui a três estrelas

             



           Hoje o experiencia abre as portas pra mais um talento da nova geração de escritores que continuam surgindo do norte ao sul do Brasil. Pena que uma parte dos leitores  prefere seguir na zona de conforto dos autores clássicos ou consagrados, sem prestigiarem os que estão surgindo ou trilham à algum tempo a estrada da produção independente.

   Conheci Gabriele, o autor, há pouco tempo, mas me chamou atenção o enredo de ficção que ele construiu em torno do tema "extraterrestres e a influência que podem exercer na evolução do planeta".

   Espero, em breve, fazer uma resenha um pouco mais detalhada dessa obra, que tá disponível no site da Editora Dialética, na Amazon, Submarino e outros canais digitais de venda. 


                   Resumo


       A estória narrada neste livro trata acerca de uma sucessão notável e singular de belíssimas e sublimes experiências oníricas vividas e experimentadas no decorrer de toda a sua vida por um terráqueo que foi escolhido e preparado por seres muito evoluídos espiritualmente dos mais altos planos cósmicos, em virtude de suas qualidades especiais e pelo fato de possuir uma mente cósmica, para o contato com uma belíssima, encantadora, magnética e fascinante mulher alienígena cujo planeta natal se encontra no sistema estelar de Antares, a qual se chama Wyna. No decorrer da trama o terráqueo é preparado e treinado de forma gradual e cada vez mais intensa para o contato com a Wyna, com o fim último de ambos realizarem uma missão conjunta de grande importância para a garantia da ocorrência da linha do tempo do futuro positivo e brilhante da Humanidade terrestre.

                                

                                       Sobre o autor


         Gabriele Sapio é graduado em Direito na UFPI, fez mestrado em Direito Constitucional na Universidade Federal do Ceará, Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na UMSA, Buenos Aires,  Argentina. É professor de Direito na UESPI e Tradutor Público na Língua Italiana da Junta Comercial do Ceará. Wyna é sua obra de estreia no gênero ficção científica.
      Suas influências literárias são as mais variadas, no entanto, segundo o próprio,  a maior influência no desenvolvimento do meu livro está consubstanciada mais pela coragem, pioneirismo e pela ousadia intelectual do que pelo conteúdo dos mais diversos autores.



           Recortes da obra    


"Claro que a sua missão é fantástica, mas não num sentido equivocado e não como gostaríamos que fosse, apenas como deve ser e será."

  "Absolutamente não nada disso ela é uma pessoa comum como nós nesse aspecto, apenas muito mais dotada e que veio aqui com um propósito e uma missão especial, apenas isso e nada mais (Portanto não há minimamente como delirar  nem desvairar a este respeito)."

                                       

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Seguir e não desanimar

 


                  Aviso aos navegantes: Para seguir o blog é necessário estar logado á uma conta Google. Fiz algumas simulações e funcionou.  Se, apesar disso, aparecer alguma mensagem de erro, peço que me digam nos comentários ou façam um print da tela e mandem pra  cesinhapoa@gmail.com.

                 Desde ja agradeço. 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Últimos retoques

 



          Antes de mais nada, os meus sinceros agradecimentos à vocês que se preocuparam e tentaram, de alguma maneira, darem-me uma luz nesses últimos dias. Custei à dar o braço à torcer e acabei, por fim, declarando-me impotente pra resolver sozinho o recente impasse técnico do blog, coisa de configuração em html. O problema, relatado por alguns novos visitantes, era constrangedor: O botão pra novos seguidores simplesmente sumiu. 

          É nessas horas, aprendi finalmente,  que surge na vida do(a) blogueiro(a) essa figura fundamental: o Webdesigner. Com a ajuda de um profissional competente e honesto, tudo foi resolvido e além de tomar um chá ou café na minha sala, quem ainda não me segue, sinta-se agora à vontade. O bendito botão reapareceu. Tô indicando o Eduardo pra quem passar por problema, semelhante ou não, com o seu espaço de criação e manifesto. O link de acesso tá logo abaixo da postagem.

          Já aproveitei pra dar uma pintura  e fazer pequenas reformas na casa. Sigo dando alguns retoques mas agora sem pressa. È vida que segue.


Abraço no 💗 de todos. 


                        Criação de sites e sistemas Web    
             



quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Casa em obras

 




Caros amigos, simpatizantes e curiosos, surgiu um problema de configuração no blog. Isso tá me queimando os neurônios mas tô tentando resolver o mais rápido possível pra vocês voltarem a me visitar pro nosso tradicional chá, sem receios quanto á segurança do acesso.
Paciência e, como diria Leci Brandão, muita calma nessa hora.

                                   


quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Dom Glutão Jaime




         (...) Na entrada, o fruto do mar preferido de ¹dom Jaime: camarões ao perfume de limão siciliano, mix de folhas, fitas de abobrinhas e cenoura marinadas, brotos e flores. No prato principal, medalhão de filé mignon ao demi-glace com champignons, mousseline de baroa e farofa crocante. De sobremesa, peras ao vinho tinto, acompanhadas de sorvete de creme e crocante de castanhas. Tudo isso acompanhado do vinho gaúcho Perini. (...)
 

 Edição do Jornal Zero Hora 18/12/2024



Encerrei 2024 falando de natal e abro 2025, ainda olhando pro final do último ano, refletindo sobre a Igreja.
Duas considerações introdutórias necessito, à bem da verdade fazer: Não tenho nada pessoal contra o dom Jaime e nem imagino o que seja grande parte dos itens desse seu requintado cardápio.
Num primeiro instante, é natural, vocês devem ter pensado que Jaime é um deputado ou algo parecido, almoçando num restaurante de luxo, às custas das diárias que recebe pra, bem alimentado, representar o povo. Mas não. É um religioso celibatário, Cardeal recém nomeado,  sacerdote de Cristo, que participou dessa recepção junto aos colegas de batina e mandatários políticos locais.
Provavelmente alguns evocarão que não sou santo e nenhuma qualificação possuo pra falar nisso, mas mesmo assim, sem me estender desnecessariamente, concluirei meu raciocínio.
Jesus pregou e viveu a simplicidade, dividindo o pouco que tinha com os outros. Disse que a ostentação é coisa do mundo e não tem lugar no Reino de Deus. Evocou as escrituras, pra lembrar que não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.
Então o que,  pergunto à vocês hoje, sem desmerecer os méritos que certamente dom Jaime deve ter, um monge que deveria evitar excessivos prazeres mundanos, faz num banquete regado à vinho e guloseimas difíceis de pronunciar, dignas de um glutão da classe alta?
Se tiverem ou não a resposta, vou respeitar, despedindo-me aqui e manifestando a minha admiração, apesar de tudo, pelo Papa Francisco, que têm tentado imprimir um outro rumo à direção extraviada que a Igreja enveredou ao longo das décadas. Aos católicos, peço que não se ofendam com essa minha espontânea crítica.


¹ dom Jaime, atual arcebispo de Porto Alegre, foi nomeado Cardeal em dezembro,  pelo Papa Francisco, durante cerimônia no Vaticano.