domingo, 7 de dezembro de 2025
Rolando pedras
quinta-feira, 27 de novembro de 2025
A minha mãe usa maconha
Aos desavisados, que visitam-me com especial curiosidade, atraídos pelo título da minha, modéstia à parte, 457ª postagem por aqui, já aviso:
Minha coroa não é muito louca, da geração hippie ou algo desse tipo. É daquelas senhoras com aparência inconfundível de mãe, terna, simpática e acolhedora. Até onde eu sei, fumou na juventude, pra fazer charme, algumas vezes, apenas cigarros de nicotina e não passou disso.
Estou me referindo ao canabidiol, substância presente na maconha, eficiente produto farmacêutico que, no caso dela, aliviou as insuportáveis dores que sentia nas costas. É o primeiro caso CDB na minha família e pra mim reforça a necessidade de se lançar um olhar não discriminatório sobre essa planta que, afinal das contas, queiram ou não alguns, tem potencial de cura comprovado.
A minha opinião sobre ela eu nunca escondi e diversas postagens aqui no Experiencia são o ateste disso. Hoje, contudo, não trago artigo, notícia, história ou estudo científico. Trago a crônica do meu dia-dia, expressa em laços familiares, particularmente com minha mãe amiga e exemplo de generosidade.
Junto-me, finalizando por hoje, aos tantos outros pacientes, seus amigos e parentes próximos, pra através de um exemplo prático tentar dissipar a má vontade de muitos em aceitar evidências como essa. Somente informação imparcial pode esclarecer a opinião pública sobre o assunto e é por isso que aproveito pra aqui dizer:
CANABIDIOL PRA QUEM DELE PRECISA.
quinta-feira, 20 de novembro de 2025
A última escravizada
O post de hoje, feriado do Dia da Consciência Negra por aqui, é um chamado ao aprendizado com um erro passado, cometido ao longo da nossa história. Pra quem não sabe ou acha pouco, o Brasil foi o último país de toda a América Latina a abolir a escravidão.
😥
Essa da foto é Dona Maria do Carmo Gerônimo, a última escravizada do Brasil.
Ela nasceu em Carmos de Minas, a 5 de Março de 1871, poucos meses
antes da aprovação da Lei do Ventre Livre. Ela é considerada a última pessoa
escravizada de que se tem notícia e uma das pessoas mais velhas do mundo. Maria
Gerônima foi escrava até os 17 anos, quando a escravidão foi abolida no Brasil
e faleceu em junho de 2000, aos 129 anos.
Ela trabalhou 60 anos como empregada doméstica na casa do historiador
José Armelim Bernardo Guimarães. Esse período de sua vida ilustra o que é ser
"quase da família".
Em Itajubá, no dia 5 de março é comemorado o Dia de Maria do Carmo
Gerônimo e da Mulher Negra e Índia em sua homenagem e a força das mulheres
guerreiras que resistiram a séculos de opressão e apagamento.
Fonte: fanpage Sambadeiras de Bimba
segunda-feira, 17 de novembro de 2025
domingo, 9 de novembro de 2025
Contradição, Omissões e Promessas
Torço fervorosamente pra estar errado mas o significado da COP30 assumiu pra mim outra nomenclatura:
Contradição- já que o Brasil, protagonista e organizador do evento, que devia dar exemplos e primeiros passos, liberou nos últimos dias a exploração de combustível fóssil na Foz do Amazonas.
Omissão, visto os grandes poluidores globais recusarem-se preliminarmente à comprometerem-se com nada.
Promessas, essas não vão faltar, mas em se tratando de políticos, sabemos que elas acabam desvanecendo-se com o tempo.
Não me chamem de pessimista, torço pra que algo positivo surja durante o evento, principalmente porque as comunidades indígenas terão grande representatividade e têm autoridade em preservação ambiental. O planeta não necessita de belos discursos mas de consciência ecológica, aqui e agora.
quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Bem-estar
Hoje trago um poema do escritor haitiano Josefh Mike, que conheci anos atrás, numa Feira do Livro Independente, aqui em POA. Em seus poemas,apesar de jovem, ele expressa toda a sua experiência de refugiado, que atravessou o oceano em busca de dignidade e melhores condições de vida.
Pretendo trazer mais vezes "O Inimigo em Comum" (nome do livro)aqui no Experiencia, pois traz o ponto de vista de quem conviveu com a escravidão e a miséria mas ousou buscar um mundo melhor.
Realizei um sonho, já posso morrer feliz
Depois de tanto sofrimento, tô cheio de cicatriz
A vida é feita de defeito,
mas isso não é motivo pra parar
Eu sofri muito, sorri menos
Tudo que acontece hoje era pra ser feito
Mesmo que eu tenha sofrido muito
O dia vai acabar
com um sorriso no rosto.
![]() |
| Joseph, eu e meus pequenos durante a Feira |
segunda-feira, 20 de outubro de 2025
O ponto fraco do Arthur
Ele relutou bastante antes de ligar. Foram necessárias várias conversas entre os dois para que, enfim, vencido pelo cansaço e sem mais argumentos pra se agarrar, Arthur tomasse a iniciativa.
Arthur tinha qualidades e talentos incontestáveis, granjeando através deles muitas amizades. A sua conversação era agradável, com bom senso de humor. Apesar dos quase quarenta anos, era um mulato com dentes bem polidos, olhar vivaz e pele saudável. Combinava simpatia com beleza e isso, naturalmente, abria-lhe algumas portas.
Havia algo nele, contudo, que andava esgotando a paciência da sua mulher. Kleiva custara a perceber uma triste mas estampada realidade: O rapaz não gostava de trabalhar.
O gelo, todos sabem, não foi feito para o contato com o fogo, pois derrete e perde a forma característica. A água, por sua vez, não nasceu para o óleo, pois se colocarmos ambos num copo eles sequer misturam-se. Se deixarmos de lado os estados físicos da matéria e o mundo dos elementos químicos para adentrarmos no reino animal, veremos que, da mesma forma, algumas espécies repelem ou incompatibilizam-se com outros seres e/ou ambientes. É o caso do peixe, que não nasceu para a grama ou para o chão de saibro. Por outro lado, o bom ditado já diz: "Gato escaldado tem medo de água fria" e dificilmente veremos o felino jogando-se por vontade própria num banho de rio.
Arthur, conforme constatado e comprovado de fato, não nascera para o trabalho. Fugia dele como o diabo da cruz. Duas semanas antes de Kleiva colocá-lo contra a parede, insistindo com aquela página dos classificados (a da imagem), aberta diante dele, escutou ela um intrigante diálogo. Naquele dia, ao final da tarde, receberam em casa a visita de Diogo, o vizinho e compadre que batizara Úrsula, a nenê do casal. Tomaram chimarrão, falaram sobre a última rodada do Gauchão e, já no portão, quando a sós ficaram os dois varões, houve uma proposta do visitante, pedreiro "de mão cheia" e sempre bem requisitado pra obras.
-- Olha, tô precisando di servente pra erguê umas parede lá na Dona Eloá. Ela qué qui faça um quarto nos fundo pru guri dela. Fiquei di passá lá amanhã cedo pra dá um orçamento pra velha. Di tarde, si fizé tempo bom, já começo o serviço... Tá á fim di encará essa?
--...Bah cara... É que eu ajudo a Kleiva a cuidá da guriazinha aqui em casa... Agora fica ruim pra mim...
Ela ouviu tudo em silêncio, atrás da cortina na janela e guardou pra si a revelação. Na gíria, dir-se-ia que naquele exato instante, após tão forte sacudida, a ficha finalmente caiu.
(...)
Trechos iniciais do conto "Meu querido tambo", do último e longínquo livro meu, "O Grande Pajé".
sábado, 11 de outubro de 2025
Ventos
Ventos que vêm de longe
e descontroem,
destroem.
São também como os outros ventos
amenos,
serenos...
Ventos,
brisas,
ventanias
ventos
sacudindo
a vida...
Ventos,
ventos,
ventos
movendo a vida...
Poesia do livro "Pintura Ingênua" da amiga Jacqueline Aisenman
sexta-feira, 3 de outubro de 2025
Sete desafios para ser rei
sábado, 27 de setembro de 2025
A Nação Òyó, de Rio Grande a POA
Apresento novo trecho de "O Batuque de Nação Òyó, obra de presença constante por aqui, escrita por Mestre Cica de Òyó, representante da oralidade ancestral Yorubá aqui no estado.
Os primeiros povos da Nação Òyó, ao chegar no Rio Grande do Sul, o fizeram no porto da cidade de Rio Grande e depois foram chegando a Porto Alegre. Em Porto Alegre, eles foram morar no Areal da Baronesa.
Os primeiros moradores do Areal da Baronesa, que hoje é um território reconhecido como quilombo, eram do povo Òyó. Já naquela época, entre eles se reconheciam como sendo de Nação. Com o passar dos tempos, uns ficaram ainda na Cidade baixa, mas muitos, principalmente minha linhagem, foram para o Mont' Serrat e aos poucos foram se espalhando, por um sistema de uma diáspora política e religiosa, seguindo o crescimento da cidade, impulsionado por populações europeias. Na minha Bacia não foi muito frequente a mistura do cristão com os negros, que foi mais frequente da tradição Batuque em geral, adoradores dos Òrisà.
A chamada Colônia Africana (hoje bairro Bonfim) foi em toda a sua área um grande reduto de negros e negras libertas. Mas a história conta que o primeiro local marcado como moradia pelo Povo da Nação Òyó foi onde hoje é conhecido como Quilombo do Areal da Baronesa e também fizeram há séculos a tradição de Òrisàs.
quarta-feira, 17 de setembro de 2025
Poder bravio
Sintam -se, pois, á vontade pra banharem-se nas águas da Praia do Cassino e energizarem-se no bravio poder do mar, que dispensa complexas definições.
😎🐬🌞⚓
domingo, 7 de setembro de 2025
sexta-feira, 29 de agosto de 2025
A Expointer é...
... aquecimento Global. Mais de 18% dos gases que geram o aquecimento global vêm da pecuária, dano maior do que o causado pelos meios de transporte. A criação de animais gasta, num nível crescente, considerável parte dos recursos hídricos do país, e contamina o restante com fósforo, pesticidas e antibióticos. A pecuária também é responsável pela erosão do solo, a contaminação do lençol freático e a chuva ácida.
A fonte foi um panfleto que peguei, se não me engano, num Fórum Social Mundial aqui em Porto Alegre. Os dados, se não estão atualizados, possuem poucas variações nos dias de hoje. Representam apenas a ponta de um iceberg e quem quiser pesquisar à fundo, sinta-se à vontade e tenha o meu apoio.
Mas antes que eu me esqueça, especialmente pros gaúchos, uma boa Expointer á todos.
sexta-feira, 22 de agosto de 2025
PASTOR MALafaia
segunda-feira, 11 de agosto de 2025
Árvore Bendita
Agradeço-Te, Pai Celestial,
porque Tu me colocaste
na origem de rios fluentes,
na fonte viva de uma terra seca,
regando um jardim eterno de maravilhas,
a Árvore da vida, mistério dos mistérios,
que produz ramos perpétuos
para o eterno plantio,
para enterrar raízes na corrente da vida
de eterno manancial."
"E Tu, Pai Celestial,
protege-lhe os frutos
com os anjos do dia
e os da noite
e com chamas de Luz eterna que brilham
em toda a parte."
Extraído dos "Salmos de Ação de Graças" dos Manuscritos do Mar Morto
domingo, 3 de agosto de 2025
O mês do tarifaço
Agosto, tradicionalmente batizado por alguns como o mês do desgosto, tá só começando, mas vai ficar imortalizado na memória dos brasileiros como aquele que marca o início do tarifaço de Trump. Os principais produtos exportados para o Tio Sam passam à ser tachados em 50% quando desembarcam lá, afetando não somente a cadeia produtiva, mas a nossa população como um todo, á curto e médio prazo.
Rezo que o feitiço vire contra o feiticeiro. Esse homem tá metendo os pés pelas mãos em várias questões internacionais e não vou ficar aqui olhando pro nosso próprio umbigo, dizendo que as suas motivações são egocêntricas e políticas contra o Brasil.
Apenas não esqueça, Vossa Excelência Americana, se é que você vai me dar ouvidos, que ninguém, por mais que se ache, é de fato o dono do mundo.
Apesar dos pesares, muita calma nessa hora. Um agosto em paz pra todos os meus leitores e curiosos em geral.
domingo, 27 de julho de 2025
Ozzy pra sempre
Seria incoerente da minha parte não fazer a minha homenagem póstuma. Ozzy, pra mim, roqueiro convicto, foi um dos melhores.
Artisticamente, se denominava "Príncipe das Trevas", na vida real, em seu último concerto, arrecadou milhões de dólares e doou à um hospital infantil, à um asilo de crianças e à um instituto que estuda a cura e meios de se conviver com o Parkinson.
Pra todos que, basicamente, compartilham essa admiração por ele, um louco de coração grandioso, o seu legado permanece através da sua arte, na voz inconfundível e poderosa que tinha.
Obrigado Ozzy. Viva pra sempre.
segunda-feira, 21 de julho de 2025
Vetar ou naufragar
Se o Brasil almeja de fato assumir protagonismo mundial na luta contra a devastação do meio ambiente, não há decisão mais coerente de um Presidente da República que não seja vetar, ao menos parcialmente, esse Projeto de Lei dos deputados. Às vésperas da Cop 20, aprovar um absurdo como esse, que fragiliza bastante as regras de Licenciamento Ambiental no país, seria o naufrágio antecipado de um evento que pode ser importante canal de discussão e ideias pra um mundo mais verde e sustentável.
Sei que os políticos nem sempre são coerentes com seus discursos, por isso, me antecipando enquanto ainda há tempo, cá pra nós, Presidente Lula, vete sem medo esse absurdo proposto pela valorosa representante do povo, a Câmara dos Deputados.
domingo, 13 de julho de 2025
quinta-feira, 3 de julho de 2025
Na Universal
sábado, 28 de junho de 2025
Amazônia e Festival de Parintins
O Festival Folclórico de Parintins é certamente uma das principais manifestações culturais do Brasil. É também uma das principais expressões da alma amazônica. Parintins deve ser enaltecida não apenas pela sua exuberância e majestade como manifestação cultural, mas também é essencial considerar a sua contribuição para o futuro da Amazônia viva e a prosperidade do Brasil.
Cantar sobre a Amazônia durante o festival, é uma forma de abrir os olhos de todos para situações graves que estão acontecendo e ainda podem vir a acontecer, e que esse canto de clamor da terra possa ser ouvido por todos.
Os dois bois possuem uma histórica e rica rivalidade nas disputas dos festivais. Ambos, entretanto, são irmãos na defesa da floresta e dos povos indígenas.
Essas toadas ecoam além dos festivais de Parintins: são tocadas nas rádios, exibidas em programas de televisão e compartilhadas nas mídias sociais. As toadas entram pelos ouvidos e olhares para se entranhar na essência das nossas almas.
A defesa da floresta em pé contra os interesses dos grileiros, madeireiros e garimpeiros ilegais é um dos maiores desafios para o futuro do Brasil. Disso depende a segurança nacional, uma vez que precisamos da água da Amazônia para abastecer com chuvas a produção de alimentos, geração de energia hidrelétrica e o fornecimento de água para o consumo das famílias, empresas e instituições do Brasil. Além disso, no contexto da crise climática, a proteção da floresta e o respeito aos povos indígenas é o que nos insere no concerto das nações – positiva ou negativamente.
Ao contrário do que muitos pensam, proteger a floresta contra os agentes da destruição não é uma agenda que outros países impõem ao Brasil. É uma agenda da alma amazônica, maravilhosamente expressa no Festival Folclórico de Parintins, um agente dessa batalha pela floresta em pé.
Apesar de discreta, a contribuição do Festival é extremamente significativa e deve ser objeto de enaltecimento e gratidão por todos que sonham e lutam por um futuro com a Amazônia viva e um Brasil mais justo e próspero.
À quem interessar possa, se tiver curiosidade ou quiser curtir, aqui vai o link de transmissão da edição desse ano, que tá acontecendo nesse final de semana.
https://www.youtube.com/live/xTq8eZagWH0?si=Ev-4-ElVmARHcKqj
Fonte: fas-amazonia.org
quinta-feira, 19 de junho de 2025
Livres pra matar
¹ O Brasil se declarou oficialmente livre de gripe aviária nesta quarta-feira (18), após o fim dos 28 dias de vazio sanitário desde a confirmação de um caso da doença em uma granja comercial em Montenegro (RS). A informação foi confirmada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Durante o período de vazio sanitário, nenhum novo caso foi registrado em granjas comerciais brasileiras, o que, segundo os protocolos da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), permite que o país retome o status de livre da doença. Foram registrados apenas casos em aves silvestres e de subsistência no período.
🎉
Ainda em clima de euforia parabenizo, em primeira mão, autoridades políticas e sanitaristas pela conquista. Nossas aves, finalmente, livres da gripe e aptas pro abate.
A grande ironia dessa história, porém, é o fato de que a saúde e longevidade das galinhas é o que realmente menos importa. Após viverem sob condições degradantes, em confinamento, por toda uma vida, são, afinal, abatidas. Pescoço torcido, choque elétrico, sangria, os métodos variam.
Feito o devido contraponto, sem me alongar em discursos ou exibição de imagens chocantes, de sofrimento animal, em coerência com meu estilo de vida, fica a minha reflexão em nome de quem não tem voz ativa pra tal.
1 cnnbrasil.com.br
segunda-feira, 9 de junho de 2025
O abraço do meu silêncio
Anabela pousou lentamente as mãos sobre as costas nuas de seu amante: sente que meu silêncio te alcança. Que ele te abraça. Que ele te enlaça e te traz bonança. Depois, bem depois, quando a união de nossas almas for perene, pega meu corpo e quebra o meu silêncio com toda a força das tuas palavras de amor. Eu aceito.
Fonte: "O silêncio alheio" de Jacqueline Aisenman
































