Seja Deus gracioso para conosco, e nos abençoe, e faça resplandecer sobre nós o rosto; para que se conheça na terra o teu caminho e, em todas as nações a tua salvação.
Sl 67: 1-2
Seja Deus gracioso para conosco, e nos abençoe, e faça resplandecer sobre nós o rosto; para que se conheça na terra o teu caminho e, em todas as nações a tua salvação.
Sl 67: 1-2
Eles lhe disseram:: Diga-nos quem você é e então creremos em você. Ele replicou: Vocês analisam a aparência do céu e da terra, mas não reconhecem o que está na frente de vocês e não reconhecem a natureza do tempo presente.
Aqueles que acham o Evangelho de Tomé interessante frequentemente se surpreendem porque ele não figura na Bíblia ao lado dos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João. Infelizmente, não existe uma boa resposta para essa questão porque nós não sabemos como os evangelhos canônicos foram selecionados, em primeiro lugar. Ao redor do ano 180 d.C, Irineu, bispo de Lion, hoje cidade francesa, argumentou que deveriam figurar somente os quatro evangelhos do Novo Testamento na coleção oficial da igreja. Presumiu que seus ortodoxos leitores estavam já bem conscientes de que existiam quatro e somente quatro. Mas como a decisão por quatro e não por três ou cinco foi tomada, não sabemos. Alguém pode presumir que Tomé foi deliberadamente excluído dos cânones da escritura porque não temos ideia se aqueles que decidiram pelos quatro canônicos tinham alguma vez ouvido falar dele. Ele pode ter circulado nas igrejas orientais, da Síria ao Egito, e permanecido quase desconhecido das igrejas do Ocidente.
O Evangelho de Tomé parece a princípio somente uma coleção esporádica de ensinamentos desconexos. Mas o exame desses ensinamentos, um por um, pode levar a uma visão abrangente do que os compiladores do texto pretenderam comunicar. Deve ser lido cuidadosamente, ensinamento por ensinamento, e a pessoa deve permitir-se compreender sua construção total gradualmente. Se isso é feito com sucesso, com a correta interpretação dos ensinamentos de Tomé, então, o texto promete que a pessoa "não experimentará a morte'.
Do livro "Um passeio com Quatro Guias Espirituais", de Andrew Harvey
Aqui começa minha já tradicional e respeitosa homenagem de dezembro ao Senhor. Compartilho o trecho de um Hino de Ação de Graças extraído dos Manuscritos do Mar morto, coleção de escritos judaicos da antiguidade, alguns deles datados de 200 a.C. Mesmo que não tenha sido composto pelo Cristo, na minha opinião, esse assemelha-se à Sua grandiosidade de pensamento.
Eu, o Mestre, conheço-Te, ó meu Deus,
pelo espírito que tu me deste,
e pelo Teu Espírito Santo eu obedeci fielmente
Teu conselho maravilhoso.
No mistério da Tua sabedoria
Tu me abriste o conhecimento
e em Tua misericórdia
Tu me descerraste a fonte do Teu poder.
Diante de Ti nenhum homem é justo...
para que possa entender todos os Teus mistérios
ou dar resposta à Tua repreensão.
Mas os filhos da Tua graça
alegrar-se-ão quando Tu os corrigires
e esperarão Tua bondade,
pois em Tua misericórdia Tu Te declararás a eles
e eles Te conhecerão;
no tempo da Tua glória
eles rejubilar-se-ão.
Tu fizeste com que se aproximassem
segundo o seu conhecimento
e os admitiste
segundo o seu entendimento,
e em suas divisões eles servirão a Ti
em todos os seus domínios
sem nunca se desviar de Ti
ou transgredir a Tua palavra.
Monsueto é emoção, coração e paixão. Cantou muita coisa que poucos teriam coragem de ao menos admitir. Hoje tem Música Popular Brasileira da década de 60, na cadência do samba. Aceitem ou não vocês, "Eu quero essa mulher assim mesmo".
Quem me conhece sabe, periodicamente costumo me manifestar sobre a questão. A postagem de hoje é inspirada num curta metragem garimpado do you tube. Somente escutando os vários lados envolvidos na temática, se despindo de preconceitos, alguém pode emitir opinião própria sobre essa planta. Livre, principalmente, de falsos moralismos.
Um dos depoimentos do filme é de Cidinha Carvalho, mãe de Clárian, de 16 anos, que sofre de síndrome de Dravet. A doença faz com que a criança tenha convulsões desde antes do primeiro ano de vida, o que pode causar problemas neurológicos.
No caso da jovem, os ataques epilépticos começaram aos 5 meses de idade e aconteciam muitas vezes ao dia, fazendo com que ela tivesse paradas respiratórias e uma cardiorrespiratória. Ela também sofreu de hipotonia, um enfraquecimento do tônus muscular: não conseguia correr, subir escadas ou andar mais de 100 metros.
Após muitas pesquisas na internet, Cidinha descobriu os benefícios da cannabis -- popularmente conhecida como maconha -- para o tratamento das doenças de sua filha, e cogitou até mesmo comprar através do tráfico.
“Pesquisando sobre THC (tetra-hidrocanabidiol) e CBD (canabidiol) [os dois componentes da planta], em 2013, falava-se que THC era uma substância do mal. Hoje sabemos que não é. Mas fiquei com medo de pegar uma rica em THC e de repente perder minha filha”, disse.
No início de 2014 ela conseguiu importar um óleo de canabidiol, que lhe custou US$ 500, dinheiro que não tinha condições de pagar todos os meses. Sua salvação foi conhecer a Rede Secreta -- grupo formado por cultivadores, médicos e advogados -- em um simpósio. Durante três anos, a Rede doou o óleo produzido por eles para Clárian, e as noites de cochilos segurando a mão da filha com medo das crises foram cessando.
As crises começaram a ser mais leves, conscientes. Depois de oito meses de tratamento, Clárian, que não permanecia em pé, para a surpresa da mãe, começou a pular em cama elástica durante uma festa de aniversário. “Foi impressionante. Era um tônus muscular que minha filha não tinha antes”. lembrou.
Se antes só falava frases incompletas, sem contexto, aos poucos, foi encaixando as palavras e hoje dialoga normalmente.
Desde o início, pensava em cultivar maconha caso a Clárian respondesse bem ao tratamento. Com a melhora impressionante da garota, Cidinha teve certeza que esse seria o caminho, já que o custo em importação é alto.
“O óleo industrializado geralmente tem o CBD isolado e já foi provado que, com a planta toda, o resultado terapêutico é mais eficaz”, acrescentou. Além disso, cultivando, é possível buscar as melhores tipos para o tratamento em específico.
A importação do CBD, geralmente extraído da maconha em forma de óleo, é autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2015. No entanto, o processo para a obtenção do remédio controlado não é simples. Após apresentar a receita e laudo médico, o paciente deve ser cadastrado na Anvisa. O pedido será analisado e, se autorizado, o indivíduo poderá importar o produto a base de canabidiol.
O cultivo é proibido por lei, mas algumas poucas pessoas estão autorizadas por meio de habeas corpus preventivo. Cidinha é uma delas. Após tentar pela Justiça Federal, teve seu pedido negado pela juíza, que se sensibilizou, mas voltou atrás. Foi quando entrou com pedido de habeas corpus, que, nas mãos de outra juíza, foi entendido que o cultivo era caracterizado como tráfico. Com um juiz criminal, a liberação foi finalmente concedida.
Fonte: brasildefato.com.br
Hoje baixou o Odair José com pitadas de Amado Batista no Cardeal. Ao ritmo de bolero e brega music, vem junto.
Você errou comigo,
me desmoralizou.
Brincou com o meu afeto,
e me menosprezou.
Agora quer voltar,
mas sou eu que não te quero.
Volta pros braços dele, ordinária,
é só isso o que eu espero.
Você errou comigo,
fingindo que me amava.
Nunca te faltou nada,
á ti eu sustentava.
Já tinham me falado,
e eu não acreditei.
Tão cego de paixão,
um preço eu paguei.
Cheguei mais cedo em casa,
e o que é que eu encontro?
Alguém com meu pijama,
beijando o seu ombro.
Olhei pela janela,
quase morro de desgosto.
Peguei arma emprestada,
com Darci, guarda do posto.
Mas me arrependi depois,
e não quis matar os dois,
que em minha casa estavam,
como marido e mulher.
Você errou comigo,
sou eu que agora não quer mais.
Cardeal
O Recurso Extraordinário com repercussão geral (RE-RG) 1.017.365, que tramita no Supremo Tribunal Federal brasileiro, é um pedido de reintegração de posse movido pelo Instituto do Meio a Ambiente de Santa Catarina (IMA) contra a Funai e indígenas do povo Xokleng, envolvendo uma área reivindicada da TI Ibirama-Laklanõ. O território em disputa foi reduzido ao longo do século XX e os indígenas nunca deixaram de reivindicá-lo. A área já foi identificada pelos estudos antropológicos da Funai e declarada pelo Ministério da Justiça como parte da sua terra tradicional.
Por que esse julgamento é central para o futuro dos povos indígenas no Brasil?
Em decisão do dia 11 de abril de 2019, o plenário do STF reconheceu por unanimidade a “repercussão geral” do julgamento do RE 1.017.365. Isso significa que o que for julgado nesse caso servirá para fixar uma tese de referência a todos os casos envolvendo terras indígenas, em todas as instâncias do Judiciário.
Há muitos casos de demarcação de terras e disputas possessórias sobre TIs que se encontram, atualmente, judicializados. Também há muitas medidas legislativas que visam retirar ou relativizar os direitos constitucionais dos povos indígenas. Ao admitir a repercussão geral, o STF reconhece, também, que há necessidade de uma definição sobre o tema.(...)
O marco temporal é uma tese jurídica que busca restringir os direitos constitucionais dos povos indígenas. Nessa interpretação, defendida por ruralistas e setores interessados na exploração das terras tradicionais, os povos indígenas só teriam direito à demarcação das terras que estivessem sob sua posse no dia 5 de outubro de 1988. Alternativamente, se não estivessem na terra, teriam que comprovar a existência de disputa judicial ou conflito material na mesma data de 5 de outubro de 1988.
A tese é perversa porque legaliza e legitima as violências a que os povos foram submetidos até a promulgação da Constituição de 1988, em especial durante a Ditadura Militar. Além disso, ignora o fato de que, até 1988, os povos indígenas eram tutelados pelo Estado e não tinham autonomia para lutar, judicialmente, por seus direitos. Por tudo isso, os povos indígenas vêm dizendo, em manifestações e mobilizações: “Nossa história não começa em 1988!”.
Caso o STF reafirme o caráter originário dos direitos indígenas e, portanto, rejeite definitivamente a tese do marco temporal, centenas de conflitos em todo o país terão o caminho aberto para sua solução, assim como dezenas de processos judiciais poderão ser imediatamente resolvidos.
As 310 terras indígenas que estão estagnadas em alguma etapa do processo de demarcação já não teriam, em tese, nenhum impedimento para que seus processos administrativos fossem concluídos.
Por outro lado, caso o STF opte pela tese anti-indígena do marco temporal, acabará por legalizar as usurpações e violações ocorridas no passado contra os povos originários. Nesse caso, pode-se prever uma enxurrada de outras decisões anulando demarcações, com o consequente surgimento de conflitos em regiões pacificadas e o acirramento dos conflitos em áreas já deflagradas.
Esta decisão poderia incentivar, ainda, um novo processo de invasão e esbulho de terras demarcadas – situação que já está em curso em várias regiões do país, especialmente na Amazônia.
Além disso, há referências de povos indígenas isolados ainda não confirmadas pelo Estado, ou seja, ainda em estudo – um procedimento demorado, em função da política de não contato. Se o marco temporal de 1988 for aprovado, muitas terras de povos isolados não serão reconhecidas, abrindo a possibilidade do extermínio desses povos.
Há outros casos, como o do povo Kawahiva, em que a comprovação da existência desse povo isolado se deu, para o Estado brasileiro, em 1999, ou seja, muito depois de 1988. Como vai ficar a situação desses povos? Ademais, não é possível contatá-los para saber se já estavam lá em 1988.
Esses territórios são os mais preservados entre as áreas oficialmente protegidas pela legislação, sendo reconhecidos pelas pesquisas como as principais barreiras contra o desmatamento e o avanço da fronteira agropecuária. Na Amazônia, cerca de 98% de sua extensão total está preservada. Fora da região, em geral as TIs abrigam o pouco de vegetação nativa que restou.
Os territórios indígenas resfriam a superfície e influenciam as circulações atmosférica e oceânica globais, ajudando a baixar a temperatura do planeta. Por exemplo, a substituição das florestas para o cultivo de pastagens ou culturas agrícolas resulta em um aumento de temperatura regional de 6,4 oC e 4,2°C, respectivamente. Como consequência, ocorre uma variação no ciclo hídrico regional, que coloca em risco a qualidade de vida, a agricultura e a pecuária.
As diferenças entre áreas dentro e fora do Território Indígena do Xingu (TIX), no nordeste do Mato Grosso, por exemplo, podem chegar a um intervalo entre 4 oC e 8 oC, conforme estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Fora da TI, é mais quente por causa do desmatamento.
Cerca de 5,2 bilhões de toneladas de água são transpiradas diariamente pelas árvores existentes nas TIs da Amazônia. Para comparação, o volume despejado no Oceano Atlântico pelo Rio Amazonas é de pouco mais de 17 bilhões de toneladas por dia. O volume de água fornecido pelas florestas das TIs amazônicas daria para encher diariamente quase 80 vezes todas as caixas d’água do Brasil.
Na Amazônia brasileira, as comunidades indígenas protegem e manejam áreas que armazenam 27% dos estoques de carbono da região, o que representa aproximadamente 13 bilhões de toneladas. Esta quantidade não considera o carbono armazenado no solo, que possui, em média, um estoque entre 40 e 60 toneladas por hectare. Esta retenção do carbono pelas florestas ajuda a conter o acúmulo de CO2 na atmosfera, com efeitos positivos na redução do aquecimento global.
Fonte: conectas.org
A coleção BLACK POWER II apresenta biografias de personalidades negras que marcaram época e se tornaram inspiração e exemplo para as novas gerações. Os textos simples e as belas ilustrações levarão os pequenos leitores a uma viagem repleta de fatos históricos e personagens que se transformaram em símbolo de resistência e superação.
A coleção leva o nome de um movimento pelos direitos dos negros ocorrido nos EUA nas décadas de 1960 e 1970, luta que, infelizmente ainda é necessária nos dias de hoje em diversos países.
Acreditando no poder dos livros como força transformadora, essa Coleção apresenta biografias de personalidades negras que são exemplos para as novas gerações.
Esses livros são voltados para crianças e adolescentes.
A ideia é que elas percebam que podem ter representatividade negra desde a infância.
Fonte: editoramostarda.com.br
Atenção,
A cultura de amor é uma cultura de dar, e não de receber. Em uma sociedade em que duas pessoas se juntam apenas para dar, tudo será magnífico. Isso será uma expressão maravilhosa, onde as duas partes ficarão felizes e satisfeitas. Isso caracteriza o mundo espiritual, em contraste com o mundo material. A cultura de amor existe no mundo espiritual. Entre tantas personalidades, apenas as personalidades santas, que conhecem a cultura de amor, estão prontas para dar, porque a cultura de amor é algo doloroso. Por quê? Porque as pessoas que nós amamos vão fazer alguma coisa que não nos é agradável, mas temos que estar porntos para aceitar isso devido ao amor que temos por elas.
Consideremos uma mãe que ama seu filho. Ela não espera nada em troca, e o filho não oferece auxílio algum. O que o filho poderia dar aos pais? São os pais que dão. Os pais oferecem amor, e o filho oferece muita ansiedade, noites sem dormir, visitas ao hospital, algumas vezes choro ao longo de toda a noite... Apesar de tudo isso, o pai não joga a criança fora, porque existe o amor. A criança vomita no corpo de sua mãe, mas nenhum pai e nenhuma mãe ficam irados com isso, senão que os pais cuidam amorosamente de seus filhos. Isto é um assunto muito doce, muito maravilhoso.
Essa cultura do amor, a cultura de apenas dar, nós vemos na vida de personalidades santas que vieram a este mundo, mandadas por Deus. Tais sujeitos cumprem seu dever sem esperar nada em troca. Eles são completamente altruístas. Por amor, toleram dificuldades na tentativa de salvar as pessoas. Todas as personalidades santas que vêm a este mundo passam por problemas.
Jesus, por exemplo, foi crucificado. Por quê? Por pregar o amor a Deus. Ele estava ensinando: "Vocês devem abandonar a vida pecaminosa." Esse foi o seu amor por nós, seu cuidado conosco. Jesus arriscou sua própria vida para vir nos dizer: "Vocês estão sofrendo em razão de suas atividades pecaminosas. Descontinuem tal coisa." E o que aconteceu com ele? Foi negado abertamente, e foi vendido. Em seguida, foi crucificado junto de dois ladrões, com os quais conversou. Um deles disse: "Jesus, você disse que é filho de Deus, mas agora você está fincado aqui, sofrendo. E eu sou um ladrão que roubou muitas pessoas e cometeu muitas atividades pecaminosas. e estou aqui também. Qual a diferença? Você sofreu por nada. Não desfrutou nem material nem espiritualmente. Eu, ao menos, desfrutei minha vida material. Por isso, não me arrependo do que eu fiz. Mas de que benefício pessoal você gozou?" Ouvindo isso, Jesus não ficou irado. Por quê? Por causa do seu amor. Ele falou: "Krsna, perdoe-os. Eles não sabem o que estão fazendo. " Isso é amor. Jesus sacrificou sua vida por pessoas que ele nem mesmo conhecia.
Maomé também pregou o amor a Deus. E o que houve? Foi ameaçado de morte por seus próprios discípulos. Independente disso, orou: Krsna, perdoe-os. Eles não sabem o que estão fazendo."
Por que eles não tinham rancor? Porque nos amavam sinceramente, de coração. Assim, viam todos por iguais, sem discriminar. "São todos filhos de um pai. 'Isso é a cultura de amor, que existe no mundo espiritual, entre os devotos puros de Deus. E quando eles vêm a este mundo material, eles o fazem apenas pensando no nosso interesse. Exclusivamente para o nosso bem, eles sofrem, movidos por amor.
Do livro "Veda- Antologia de Artigos e Ensaios- Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada e Discípulos- Editora BBT.
Uma ponte estreita ligava duas montanhas. Em cada uma das montanhas vivia uma cabra. Dias havia em que a cabra da montanha ocidental atravessava a ponte para ir pastar na montanha oriental. Dias havia em que a cabra da montanha oriental atravessava a ponte para ir pastar na montanha ocidental. Mas, um dia, as cabras começaram a atravessar a ponte ao mesmo tempo.
Encontraram-se no meio da ponte. Nenhuma queria ceder passagem à outra.
— Sai da frente! — gritou a Cabra Ocidental. — Estou a atravessar a ponte.
— Sai tu da frente! — berrou a Cabra Oriental. — Quem está a atravessar sou eu!
Como nenhuma delas queria recuar e nenhuma delas podia avançar, ali ficaram, enfurecidas, durante algum tempo. Finalmente, entrelaçaram os chifres e começaram a empurrar. Eram tão semelhantes em força que apenas conseguiram empurrar-se uma à outra da ponte abaixo.
Molhadas e furiosas, saíram do rio e subiram a encosta, a caminho de casa, cada uma murmurando para si: “Vejam só o que a teimosia dela provocou.”
Margaret Read MacDonald
Recebi, recentemente, textos do projeto Clube das Histórias, de Portugal, gostei e compartilho hoje com vocês. Escolhi dois que falam de "ponte" e faço deles uma rampa de travessia pra setembro. Vamo junto.
Max e Pedro eram alunos do terceiro ano. Moravam em frente um do outro, na mesma rua de uma pequena cidade. Haviam sido grandes amigos, mas, por um motivo qualquer, haviam discutido e passaram a não gostar um do outro.
Quando Max saía da porta do pátio, gritava para o outro lado da rua:
— Idiota! — E mostrava o punho ao ex-amigo.
Pedro respondia:
— E você também é! — E o ameaçava também com o punho.
Os colegas da turma haviam já tentado reconciliá-los por várias vezes, mas todos os esforços haviam sido vãos. Eram os dois muito teimosos! Da última vez, acabaram atirando bolas de lama um ao outro.
Um dia, havia chovido muito. Depois, as nuvens se afastaram e o sol voltou a brilhar, mas a rua ficara inundada. Quem queria atravessar tentava, a medo, medir a profundidade da água com a ponta do pé, e recuava.
Max saiu de casa, parou na frente do pátio e olhou satisfeito à sua volta. Tudo fresco e lavado pela chuva. Como brilhava agora ao sol! De repente, seu rosto se tornou sombrio. Do outro lado da rua, Pedro estava parado à porta de casa. E Max reparou que ele tinha na mão uma grande pedra. “Ah!”, pensou Max. “Pedro vai me atirar uma pedra! Já vai ver!”
Correu novamente em direção ao pátio, procurou um tijolo e voltou para a rua, pronto para se defender. Mas Pedro não lhe atirou a pedra. Se baixou na beira da calçada e a pousou na água com cuidado. Depois, experimentou com o pé para ver se oscilava, e desapareceu.
A pedra ficou parecendo uma pequena ilha.
“Ah!”, pensou Max. “Isso eu também sei fazer!”
E pôs o seu tijolo na água.
Pedro voltou a aparecer, carregando uma segunda pedra. Pôs o pé com cuidado em cima da primeira e colocou a segunda pedra na água, alinhada com o tijolo do seu inimigo. Max trouxe então três tijolos de uma só vez.
E assim foram construindo uma passagem sobre a água.
Dos dois lados da rua, as pessoas os observavam e esperavam.
Por fim, ficou apenas a distância de um passo entre o último tijolo e a última pedra.
Max e Pedro estavam em frente um do outro. Era a primeira vez, desde há muito tempo, que se olhavam novamente nos olhos.
— Tenho uma tartaruga no meu pátio — diz Max. — Quer vir ver?
N. Oettli
Entre nós não há qualquer traço de amizade,
Nenhum assunto em comum que dure.
Ao menos seu nome eu sei,
nem você nunca perguntou o meu.
O que há entre nós é biológico, é de pele,
independe de se querer bem.
Somos dois desconhecidos, muito pouco conversamos,
confidências não trocamos, não sei seu aniversário.
Nos importa, tão somente, é a cama,
sem meias palavras confesso.
Apenas isso nos une,
motiva-nos a buscar um ao outro.
O que você faz, com quem andas,
é coisa que não me diz respeito.
Se estou bem , precisando de algum apoio,
é algo que você nunca se preocupa.
Assim tá bom, vamos levando,
sem cobranças de ambas as partes.
É como a fome que se sacia.
É que nem droga que dá a liga.
O que o cão faz na cadela,
o que o cavalo faz na égua.
Como o touro atrás da vaca,
e o galo com a galinha.
Da mesma forma você é minha
e é desse jeito nosso querer.
Nenhuma sombra de companheirismo,
nenhum traço de afinidade.
Eu te possuo, você se entrega,
nossa maneira é assim.
Sem indícios de amor terno,
pouca coisa entre nós em comum.
Cardeal
-- Não sejas insolente, Sócrates, reagiu Agaton. --Nossas qualidades intelectuais, a minha e a tua, serão julgadas daqui a pouco. Elegeremos Dionisio ¹ como juiz. Agora, ao jantar! Estás preparado?
"Depois dessas observações introdutórias, Sócrates provou das iguarias como os demais. Feitas as libações, entoados os hinos sagrados, cumpridos todos os ritos, beber foi nossa única ocupação", me disse Aristodemo. As palavras de Pausânias foram aproximadamente estas:
-- Amigos, digam-me qual lhes parece a maneira menos nociva de beber. Devo confessar-lhes que a bebedeira de ontem não me fez bem. Na verdade, necessito de repouso. Passa-se o mesmo com vocês? Todos estivemos lá. Descobrir um jeito de suave degustação é do interesse de todos.
Soou a voz de Aristófanes²:
-- Acertaste, Pausânias. Temos que descobrir o acesso a um bebericar raso. Sou um dos afogados de ontem.
Erixímaco, filho de Acúmeno, todo ouvidos, tomou a palavra:
-- Vocês estão cobertos de razão. Falta-me ainda a opinião do número um. Agaton, aguentas ingerir mais?
-- De que jeito? Estou arrasado.
-- O que dizer de nós, continuou Erixímaco, eu mesmo, Aristodemo, Fedro e os demais, se vocês, os mais resistentes, batem em retirada? Desditos! Somos um bando de fracotes, Sócrates é um caso à parte. Ele é capaz de tudo. Seja qual for nossa decisão, o comportamento de Sócrates será exemplar. Pelo que vejo, ninguém dos presentes está disposto a encharcar-se de vinho. Esta, parece-me, é a ocasião apropriada para discorrer sobre a verdadeira natureza da embriaguez. Não ofendo ninguém. A mim a prática da medicina revelou que a embriaguez é um mal terrível para a humanidade inteira. Quanto a mim, eu não aconselharia ninguém a continuar no porre, muito menos os que ainda curtem o fogo da véspera.
-- Bravo! exclamou Fedro de Merrinote. -- Costumo dar-te atenção sobretudo quando falas sobre medicina. Conto agora também com o apoio dos demais.
O aplauso foi unânime. A reunião não seria de beberrões, mas de pessoas que bebem por prazer.
Trecho de parágrafos iniciais de "O Banquete", de Platão.
¹ Padroeiro, para os gregos, do vinho e do teatro.
² O maior dos comediògrafos atenienses. Temos dele mais de uma dezena de peças. Entre elas, "As nuvens" e "Lisístrata".
A minha inabalável resolução de não adotar um novo Pet foi rompida e o culpado é o pretinho aí da foto. Desde que o Lelo abandou o invólucro físico, há uns dois anos mais ou menos, deixando viúva a Lucinha, minha cadelinha, fui forte, frio, racional em relação aos de quatro patas. Motivavam-me a permanecer determinado, dois fatores que considero aqui os principais. O financeiro, que envolve toda a chegada de um novo filho e o emocional, que se desgasta com preocupações, cuidados e mais cuidados pra cada um deles.
Os dias estão menores, as coisas mais rápidas. Temia eu me comprometer novamente com um cusco, cuidar, suprir todas as suas necessidades, principalmente porque o Lelo,o anterior, em seus últimos dias, me deu bastante trabalho, tava velinho, desgastado, frágil.
Tudo transcorria conforme o esperado, pois evitei, até onde pude, qualquer aproximação que desencadeasse uma nova adoção. A situação só foi realmente modificar-se, apenas e justamente agora. Um colega meu de trabalho, chegou no local carregando certo cachorrinho, que fugira pro seu pátio após ser maltratado por cães vadios da redondeza. Ofereceu ele pra nós, colegas da repartição pública, buscando um possível interessado em lhe dar casa, comida e roupinha lavada. Conforme era de se esperar , fui eu, se me recordo bem, o primeiro á dizer- lhe, convicto, um sonoro não.
Menos de uma semana depois da chegada, o pequeno foi atacado no pátio com selvageria, no pescoço (foto inicial), por um possante cachorro também preto, quase um triplo do seu tamanho.
Abreviando aqui esse assunto, chamem-me vocês como quiserem: Fraco, sem palavra ou compassivo demais. O fato é que ele agora ocupa um posto que permanecera até então vago, o de cão de guarda da casa, e foi batizado, em consenso pela família, de Rabucci.
Rockaço, da minha banda metaleira predileta. É pra balançar cabeça e sair do chão.
Generais reúnem as suas massas,
Como bruxas em missas negras
Mentes malignas que tramam destruição
Feiticeiros da construção da morte
Nos campos os corpos queimando
Enquanto a máquina de guerra continua girando
Morte e ódio à humanidade
Envenenando suas mentes lavadas
Oh Senhor, sim!
Políticos se escondem
Eles apenas iniciam a guerra
Porque eles deveriam sair para lutar?
Esse papel eles deixam para os pobres, sim!
O tempo dirá em suas mentes de poder
Fazendo guerra só por diversão
Tratando as pessoas como peões no xadrez
Espere até que o seu dia do julgamento chegue, sim
Agora na escuridão, o mundo para de girar
Cinzas onde seus corpos queimavam
Sem mais porcos de guerra no poder
A mão de Deus marcou a hora
Dia do julgamento, Deus está chamando
Sobre os joelhos, os porcos de guerra rastejando
Implorando misericórdia por seus pecados
Satã, rindo, abre suas asas
Oh Senhor, sim